quarta-feira, 30 de maio de 2012

RESUMO SOBRE REVOLUÇÃO FRANCESA - CNE 8º ANO

"A liberdade não passa de um vão fantasma quando uma classe de homens pode esfaimar outra impunemente. A igualdade não passa de um vão fantasma quando o rico, pelo monopólio, exerce o direito de vida e morte sobre seus semelhantes."
                  Jacques Roux, 25 de junho de 1793. Apud: Soboul, A. História ..., p. 280

* A Revolução Francesa foi o grande movimento social e político do século XVIII. Foi um marco na Era das Revoluções Burguesas pelo seu caráter liberal e democrático. Enquadrou-se num movimento revolucionário que atingiu todo o Ocidente, mas teve a sua própria originalidade.

* A sociedade francesa da segunda metade so século XVIII era uma sociedade de estamentos, composta de dois grupos privilegiados (o clero, primeiro estado, e a nobreza, segundo estado) que oprimiam e exploravam um terceiro grupo, constituído pela maioria da população (o terceiro estado, formado pelos burgueses, pelos camponeses sem terra e pelos sans-culottes, uma camada heterogênea composta de artesãos, aprendizes e proletários.

- Os impostos e as contribuições para o rei, o clero e a nobreza eram pagos pelo terceiro estado. O clero e a nobreza não só tinham isenção tributária como ainda usufruíam o tesouro real, através de pensões e cargos públicos.

- Por isso, a principal reivindicação do terceiro estado era a abolição dos privilégios e a igualdade civil.

- Todo esse quadro de injustiças sociais foi denunciado pelos filósofos iluministas, o que contribuiu para a eclosão da revolução.

* Em meio ao caos econômico, o descontentamento era geral. Luís XVI tinha que tomar uma iniciativa para superar a crise.

 - Sucessivamente o rei indicou Turgot e Calonne para o ministério, com a incumbência de promoverem reformas tributárias. Ambos foram derrubados pela nobreza.

- O novo ministro indicado por Luís XVI, Necker, de comum acordo com a nobreza, convenceu o rei a convocar a Assembléia dos Estados Gerais, que não se reunia desde 1614. O objetivo era que o terceiro estado pagasse os impostos que o clero e a nobreza se recusavam a pagar.

- A Assembléia dos Estados Gerais reuniu-se em maio de 1798, no Palácio de Versalhes.

* O clero e a nobreza tentaram diversas manobras para conter o ímpeto reformista do terceiro estado. Dada a intransigência dos estados dominantes, o terceiro estado, reunindo-se em separado a 15 de junho de 1798, proclamou-se Assembléa Nacional, que a 9 de julho se transformou em Assembléia Nacional Constituinte.

- A agitação tomou conta das ruas, e no dia 13 de julho eram formadas as milícias de Paris, organização militar-popular.

- No dia seguinte, 14 de julho, a Bastilha (prisão onde ficavam os presos políticos)  foi tomada pelo povo.

- A revolução estendeu-se ao campo, com maior violência, onde os camponeses saqueavam as propriedades feudais e invadiam os cartórios para queimar os títulos da propriedade daquelas terras.

- A Assembléia Constituinte, no dia 4 de agosto, aprovou a abolição dos direitos feudais, e a 26 a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. A finalidade dessas leis era a de aliviar as pressões da massa.

- O Rei Luís XVI recusou-se a promulgar as leis aprovadas pela Assembléia Constituinte e a massa parisiense revoltou-se novamente - foram as jornadas de outubro: o Palácio de Versalhes foi invadido e o rei obrigado a morar em Paris, no Palácio das Tulherias.

- Em 1790 foi aprovada a Constituição Civil do Clero, repudiada pelo papa.

* Em 1791 iniciou-se a fase denominada monarquia constitucional, com o rei perdendo seus poderes absolutos, o feudalismo abolido, os bens eclesiásticos nacionalizados, a instituição civil do clero e o reconhecimento da igualdade civil.

- O rei Luís XVI, que vinha conspirando contra a revolução, tentou fugir mas foi reconhecido e preso, perdendo a pouca confiança que ainda merecia.

- A invasão da França pelo exército austro-prussiano e pelo exército dos emigrados, batidos em setembro de 1792, em Valmy, provou a traição do rei, que deveria ser julgado.

* A República foi proclamada e a Convenção iniciou o governo, com supremacia dos jacobinos, liderados por Robespierre.

- Defendido pelos girondinos e acusados por Robespierre e Saint-Just, Luís XVI foi condenado e guilhotinado a 21 de janeiro de 1793.

- O julgamento e a execução do rei abalou a Europa: Inglaterra, Holanda e o Santo Império formaram a primeira coligação das forças absolutistas da Europa contra a França.

- A fase da Convenção foi a mais radical. Nela iniciou-se o período do Terror, que se esntendeu de junho de 1793 a julho de 1794.

- Para conter o extremismo, Robespierre acabou liquidando os líderes da massa, com o Terror atingindo os próprios membros da Convenção.

- Sem o apoio da massa de Paris, Robespierre acabou sendo aprisionado, juntamente com Saint-Just, e guilhotinado, quando os girondinos, em julho de 1794, voltaram ao poder.

* Com a morte de Robespierre iniciou-se a fase denominada Reação Termidoriana, que assinala a volta da alta burguesia ao poder.

- Esse período foi marcado por uma série de golpes, tanto da direita como da esquerda.

- Ele se encerra a 9 de novembro de 1799 - o 18 Brumário de Napoleão - com a entrega do poder a Napoleão.

                                                                   Arruda. José Jobson de A. História Moderna e Contemporânea. Ed Ática

terça-feira, 22 de maio de 2012

REVOLUÇÃO FRANCESA - 8º B CNE E.V. 1



A DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO

Jacobinos versus Girondinos: “Esquerda X Direita”

Os girondinos representavam a grande burguesia e, como toda burguesia-que-se-preza, defendia seus interesses econômicos acima de qualquer outra coisa. Os jacobinos eram, inicialmente, revolucionários que ganharam este nome devido às primeiras reuniões do grupo, que aconteciam no convento dos padres jacobinos, de ordem dominicana.
Desde o início da Assembleia os dois grupos agiram de forma a polarizar o debate, assim como acontece hoje em dia nos debates entre grupos políticos de direita e de esquerda. Apesar das idéias contrárias, os dois grupos apoiavam a Revolução, mesmo que os debates sobre a Constituição tenha gerado alguns atritos. Mas foi durante a Covenção Nacional – a Assembléia foi transformada em Convenção e assumiu o controle da França – iniciada em 20 de setembro de 1792, que a polarização ficou mais intensa.
Durante as reuniões, os deputados girondinos que queriam o fim rápido da Revolução, a consolidação das vitórias burguesas e o reestabelecimento comercial francês, freando o radicalismo, ficavam à direita. No centro ficavam aqueles deputados sem posição política definida. Na maioria eram membros da pequena burguesia. E à esquerda, na parte mais alta do salão de reuniões, ficavam os jacobinos, mais radicais e que defendiam os interesses da população comum, os sans-culottes. Herdamos esta “nomenclatura” política desta época, destes debates dentro da Convenção Nacional.
Além dos acalorados debates e das ameaças externas, a França tinha grandes problemas internos. Eles pioravam à medida que a Revolução não conseguia se organizar em torno de idéias comuns. Como já foi dito, os girondinos queriam o estabelecimento de seus direitos, esquecendo o restante da população, mas o jacobinos defendiam o povo. No meio desta disputa, tínhamos alguns levantes anti-republicanos ocorrendo no interior da França, o que dificultava ainda mais a organização do país.
Em 2 de julho de 1793 os jacobinos, pressionados e apoiados pelos sans-culottes, tomaram a Convenção e mandaram prender os girondinos. Os principais líderes jacobinos, Hébert, Danton, Saint-Just, Marat e Robespierre assumiram o poder, dando início à Convenção Montanhesa, considerada a época mais radical da Revolução.

Todo o poder ao povo! Ao povo??? Robespierre e o “Terror Jacobino”.

Após a tomada do controle pelos jacobinos, foi aprovada ainda em 1793 a Constituição do Ano I. O Comitê de Salvação Pública, liderado inicialmente por Danton, ficou responsável pela organização do país e pela defesa externa da França. Abaixo dele vinha o Comitê de Salvação Nacional, cuidando da segurança interna, enquanto o Tribunal Revolucionário julgava os opositores da revolução.
Os jacobinos implantaram uma espécie de “economia de guerra”: havia o racionamento de mercadorias e os especuladores – que escondiam produtos para aumentar a procura e o preço dos mesmos – foram combatidos.
Várias pessoas acusadas de simpatizar e até mesmo tramar a favor da monarquia foram julgadas e guilhotinadas em poucos dias. Mas foi após a morte de Marat, assassinado por uma girondina, que os ânimos ficaram muito exaltados. Marat era querido pela população, e sua morte causou mais do que comoção.
“Marat assassinado”, quadro de Jean-Joseph Weerts.
Danton, considerado moderado para os padrões jacobinos, foi destituído do Comitê de Salvação Pública e expulso do partido. Robespierre tomou seu lugar e iniciou a fase que ficou conhecida como O Grande Terror. Aristocratas, membros do clero, burgueses especuladores e inimigos da Revolução foram detidos e executados. Até a ex-rainha Maria Antonieta e o químico Antoine Lavoisier, “pai” da química moderna, foram executados. Até mesmo deputados jacobinos, contrários ao radicalismo de Robespierre, foram perseguidos.
Golpe do 9 Termidor
Robespierre não tinha jogo de cintura político, e suas atitudes estavam causando desconforto até entre os jacobinos que apoiaram sua nomeação no lugar de Danton. Em 27 de julho de 1794 ocorreu o golpe do 9 Termidor, quando girondinos que sobreviveram ao Terror, em uma rápida manobra na Convenção, destituíram Robespierre, acabaram com a Comuna de Paris e colocaram o Partido Jacobino na ilegalidade.
Robespierre e seus apoiadores foram sumariamente executados. Convocada por Robespierre para defender seus interesses, a “massa” dos sans-culottes não respondeu ao chamado. A pequena burguesia deixava o poder, enquanto os girondinos voltavam ao comando, dando início à Convenção Termidoriana.

                          http://www.historiazine.com/2011/02/revolucao-francesa-2-parte.html
Art.1.º Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinações sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum.
Art. 2.º A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão.
Art. 3.º O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhum corpo, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.
Art. 4.º A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo: assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem ser determinados pela lei.
Art. 5.º A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo que não é vedado pela lei não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordene.
Art. 6.º A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos seus talentos.
Art. 7.º Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado de resistência.
Art. 8.º A lei apenas deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias e ninguém pode ser punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes do delito e legalmente aplicada.
Art. 9.º Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se julgar indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser severamente reprimido pela lei.
Art. 10.º Ninguém pode ser molestado por suas opiniões , incluindo opiniões religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei.
Art. 11.º A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei.
Art. 12.º A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública; esta força é, pois, instituída para fruição por todos, e não para utilidade particular daqueles a quem é confiada.
Art. 13.º Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração é indispensável uma contribuição comum que deve ser dividida entre os cidadãos de acordo com suas possibilidades.
Art. 14.º Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si ou pelos seus representantes, da necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente, de observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição, a colecta, a cobrança e a duração.
Art. 15.º A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração.
Art. 16.º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.
Art. 17.º Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob condição de justa e prévia indenização.


                                                         EXERCÍCIOS

1- Podemos dizer que o período conhecido como Terror foi um suicídio político dos jacobinos?
2- O período da Convenção marca uma divisão dos revolucionários e uma alternância de poder. Explique como os jacobinos perdem prestígio popular e o poder da França.
3- Compare o período do Terror com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Há contradições no pensamento revolucionário? Comente essa prática contraditória dos jacobinos.
4- Analisando a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, explique a influência do Iluminismo na Revolução Francesa.

Em papel almaço ou sulfite A4. Data de entrega: 18/06/2012

sexta-feira, 18 de maio de 2012

RESUMO SOBRE INDUSTRIALIZAÇÃO E IMPERIALISMO

Imperialismo é a prática de ocupação, dominação política, econômica, militar e cultural que um país exerce sobre outro.


FIM DO SÉCULO XIX: O progresso das indústrias gera desenvolvimento tecnológico nos setores dos transportes e comunicação.
* Descoberta de novas fontes de energia (petróleo, carvão mineral)  facilitam e impulsionam o setor fabril.
* O crescimento industrial traz como consequência uma acirrada disputa de mercados, onde o Estado tem o papel de proteger os investimentos da burguesia capitalista, ou seja, os governos das potências européias adotam políticas econômicas contrárias ao Liberalismo (Estado Mínimo), e interferem para frear as importações de produtos industrializados nos seus países, utilizando tarifas e barreiras protecionistas, e dessa forma alteram positivamente suas balanças comerciais (exportam mais e importam menos).
                                               
                                          INTERFERÊNCIA ESTATAL NA ECONOMIA

- barreiras protecionistas, sanções e embargos econômicos
- ao mesmo tempo promove o liberalismo
- a burguesia industrial trava uma guerra contra ela mesma, pois cada país enfrenta o outro economicamente, e essa disputa acirrada por mercados gera um nacionalismo exaltado, com a contribuição de uma imprensa sensacionalista
- capitalismo selvagem: as maiores empresas capitalistas começam a se organizar em trustes, cartéis e holdings, baixam seus preços até quebrarem empresas menores

* Nesse cenário, surge a necessidade de:
- colonizar (expropriar, explorar)
- abrir novos mercados consumidores, para escoar a produção industrial
- garantir por preços baixos: matérias-primas, fontes de energia e mão-de-obra barata
- deixar a balança comercial positiva: aumentar os fluxos de exportações e dificultar a entrada de produtos. Nesse caso, os avanços tecnológicos e a infra-estrutura das malhas ferroviárias ganham grande importância.

* Onde colonizar? (Neocolonialismo)

* Como a África era um continente politicamente frágil e rico em recursos minerais, as potências européias voltaram seus olhos para o continente africano. O rei Leopoldo I da Bélgica fez da região central da África, no Congo, seu território particular, onde explorava, torturava e exterminava milhões de nativos, utilizados como mão-de-obra escrava para retirar riquezas incalculáveis em borracha, marfim, ouro, etc.
* Vale lembrar que parte do continente africano já havia sido colonizado no século XV pelos portugueses e espanhóis (período conhecido como Colonialismo).
* Inglaterra e França são as principais potências industrializadas da Europa. A Alemanha e a Itália seguem atrás devido aos seus tardios processos de unificação territorial.
* Os europeus criam teorias para justificar a colonização: uns afirmam que a desigualdade dos homens e das raças é algo irrevogável, outros criam teorias racistas dizendo que os europeus são superiores aos negros e asiáticos, que são primitivos e atrasados, e cabia aos europeus o papel de levar a "civilização" para os africanos e asiáticos.
* Importante ressaltar que os europeus levaram ódio, guerra, morte e doenças para a África. Exploraram, mataram, roubaram o povo e as riquezas do continente africano. O mesmo aconteceu na Ásia.
* Os avanços tecnológicos, sobretudo as armas, facilitaram essa dominação imposta.
* Em 1885 acontece a Conferência de Berlim, onde as potências industriais européias dividem a África entre elas, sem o consentimento dos povos africanos e sem respeitar a pluralidade étnica ali existente. Ainda hoje, existem regiões da África em conflitos bélicos internos, com gigantescos problemas estruturais, fragilidade e instabilidade política devido à prática imperialista dos países europeus.
* Nesse Congresso, a Inglaterra (Rodésia, União Sul-Africana, Nigéria, Costa do Ouro, e Serra Leoa) e a França ( Argélia, Tunísia, África Equatorial, Costa da Somália, Madagascar) ficam com grande parte do continente africano, a Bélgica fica com o Congo Belga, as colônias portuguesas e espanholas são mantidas e a Itália (Líbia, Eritréia e Litoral da Somália) e a Alemanha (Camarões, Sudoeste Africano e África Oriental) adquirem algumas colônias.
* Na Ásia, a Inglaterra conquista através de duas guerras o território da Índia. Os ingleses haviam tomado a Índia dos franceses em 1763, ficando uma companhia inglesa encarregada da exploração. Em 1858, com a Revolta dos Cipaios (nativos que serviam nos exércitos coloniais) prontamente reprimida, a Índia passou a integrar o Império Britânico.
* Na China, a Guerra do Ópio (1840-1842), provocada pela destruição de carregamentos de ópio, permitiu a conquista de Hong-Kong e de outros portos, principalmente Xangai e Nanquim. Outras expedições militares foram organizadas a pretexto de punir os chineses pela morte de missionários e novos portos foram abertos. A reação contra a invasão da China partiu de uma associação secreta (Sociedade dos Boxers) que promovia atentados contra os estrangeiros residentes em terras chinesas. As nações européias organizaram uma expedição conjunta para punir essa sociedade e o governo chinês, que a apoiava; nasceu daí a Guerra dos Boxers, depois da qual a China ficou inteiramente dominada pelas potências ocidentais.
* Os japoneses (também industrializados) ocuparam a Coréia, os alemães a Península de Shantung e os franceses a Indochina. Os Estados Unidos estabeleceram um protetorado no Havaí e ocuparam Pearl Harbor. Em 1898 anexaram definitivamente o Havaí, Guam, as Ilhas Marianas e as Filipinas. Na América ocuparam Porto Rico e após a guerra com a Espanha, estabeleceram um protetorado em Cuba.

                                                                           Por Dennys Oliveira Stefanini

    "Onde colonizar? (Neocolonianismo)" retirados de  ARRUDA, José Jobson de A.História Moderna e Contemporânea. Ática. pag. 200

segunda-feira, 14 de maio de 2012

CROSSOVER!!!!

Há 2 anos atrás, escrevi em um blog de História Contemporânea um texto sobre um estilo de música do qual amo e sempre escuto: o Crossover ou Crossover Thrash.
O Crossover ou Crossover Thrash é um estilo que mescla o peso do thrash metal com a energia do hardcore e elementos do punk e do heavy metal. Em 1982 o D.R.I. (Dirty Rotten Imbeciles) lançou o álbum "Dirty Rotten LP" e em 1983 o Suicidal Tendencies lançava seu debut(primeiro álbum). Tais bandas criticavam instituições, a política, a cultura de massa, falando de skate, guerra, filmes de terror e Ronald Reagan. Em seguida, uma onda crossover varreu o underground - as bandas Excel, The Accüsed, Werhmacht, Anthrax, Nuclear Assault, Vio-lence, Stormtroopers of Death (S.O.D.), Method of Destruction (M.O.D.), Corrosion of Conformity, Attitude Adjustment, Beowülf, Cryptic Slaughter e Verbal Abuse se destacaram mundialmente por difundir o estilo. Em 2001 surgiu uma banda nos EUA, Municipal Waste, que possibilitou a volta do Crossover às ruas. Em 2009 foi a vez do Dr. Living Dead da Suécia, que “destruiu” o Brasil com shows em São Paulo espalhando uma epidemia de Venice Beach nos thrashers. O Brasil por sua vez tem várias bandas do estilo, as lendárias bandas Lobotomia e Ratos de Porão (desde meados da década de 1980) e D.F.C. (Distrito Federal Chaos), Possuído pelo Cão (P.P.C.), Bandanos, Lowlife, Beermug, Hate your Fate, Lei do Cão e outras.


                               Primeiro video do Suicidal...



                           D.R.I. muito bom!!!!

                               The Accüsed!!!

                            Anthrax - Got the time

                   S.O.D. projeto pararelo dos caras do Anthrax, Nuclear Assault



                   M.O.D. INTRUDEEEERR!!!



Municipal Waste



                                           Nuclear Assault: Critical Mass
                                      Ratos

domingo, 13 de maio de 2012

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

Caros alunos, colhi informações para reforçar as aulas sobre a PGM.

A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918)

Vários problemas atingiam as principais nações européias no início do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, ficaram com poucas colônias no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra.
           
Vale lembrar também que no início do século XX havia uma forte concorrência comercial entre os países europeus, principalmente na disputa pelos mercados consumidores. Esta concorrência gerou vários conflitos de interesses entre as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que o outro.
Existia também, entre duas nações poderosas da época, uma rivalidade muito grande. A França havia perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revanchismo francês estava no ar, e os franceses esperando uma oportunidade para retomar a rica região perdida.

O pan-germanismo e o pan-eslavismo também influenciou e aumentou o estado de alerta na Europa. Havia uma forte vontade nacionalista dos germânicos em unir, em apenas uma nação, todos os países de origem germânica. O mesmo acontecia com os países eslavos.

CAUSAS DA GUERRA

- A partilha das terras da África e Ásia, na segunda metade do século XIX, gerou muitos desentendimentos entre as nações européias. Enquanto Inglaterra e França ficaram com grandes territórios com muitos recursos para explorar, Alemanha e Itália tiveram que se contentar com poucos territórios de baixo valor. Este descontentamento ítalo-germânico permaneceu até o começo do século XX e foi um dos motivos da guerra, pois estas duas nações queriam mais territórios para explorar e aumentar seus recursos.
- No final do século XIX e começo do XX, as nações européias passaram a investir fortemente na fabricação de armamentos. O aumento das tensões gerava insegurança, fazendo assim que os investimentos militares aumentassem diante de uma possibilidade de conflito armado na região;
- A concorrência econômica entre os países europeus acirrou a disputa por mercados consumidores e matérias-primas. Muitas vezes, ações economicamente desleais eram tomadas por determinados países ou empresas (com apoio do governo);
- A questão dos nacionalismos também esteve presente na Europa pré-guerra. Além das rivalidades (exemplo: Alemanha e Inglaterra), havia o pan-germanismo e o pan-eslavismo. No primeiro caso era o ideal alemão de formar um grande império, unindo os países de origem germânica. Já o pan-eslavismo era um sentimento forte existente na Rússia e que envolvia também outros países de origem eslava.
- O presidente dos EUA Woodrow Wilson e outros observadores americanos culpam o militarismo pela guerra. A tese é que a aristocracia e a elite militar tinham um poder excessivo no Império Alemão, no Reino de Itália e no Império Austro-Húngaro, e que a guerra seria a consequência de seus desejos pelo poder militar e o desprezo pela democracia.
Consequentemente, os partidários dessa teoria pediram pela abdicação de tais soberanos, o fim do sistema aristocrático e o fim do militarismo - tudo isso justificou a entrada americana na guerra depois que a Rússia czarista abandonou a Tríplice Entente. Wilson esperava que a Liga das Nações e um desarmamento universal poderia resultar numa paz, admitindo-se algumas variantes do militarismo como nos sistemas políticos da Inglaterra e França.
- Lênin era um famoso defensor de que o sistema imperialista vigente no mundo era o responsável pela guerra. Para corroborar as suas ideias ele usou as teorias econômicas de Karl Marx e do economista inglês John A. Hobson, que antes já tinha previsto as consequências do imperialismo econômico na luta interminável por novos mercados, que levaria a um conflito global, em seu livro de 1902 chamado "Imperialismo". Tal argumento provou-se convincente no início imediato da guerra e ajudou no crescimento do Marxismo e Comunismo no desenrolar do conflito. Os panfletos de Lênin de 1917, "Imperialismo: O Último Estágio do Capitalismo", tinham como argumento que os interesses dos bancos em várias das nações capitalistas/imperialistas tinham levado à guerra.
- Os líderes civis das nações europeias estavam na época enfrentando uma onda de fervor nacionalista que estava se espalhando pela Europa há anos, como memórias de guerras enfraquecidas e rivalidades entre povos, apoiados por uma mídia sensacionalista e nacionalista. Os frenéticos esforços diplomáticos para mediar a rixa entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia foram irrelevantes, já que a opinião pública naquelas nações pediam pela guerra para defender a chamada honra nacional. Já a aristocracia exercia também forte influência pela guerra, acreditando que ela poderia consolidar novamente seu poder doméstico. A maioria dos beligerantes pressentiam uma rápida vitória com consequências gloriosas. O entusiasmo patriótico e a euforia presentes no chamado Espírito de 1914 revelavam um grande otimismo para o período pós-guerra.

O INÍCIO DA GRANDE GUERRA

O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investigações levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Áustria-Hungria na região dos Balcãs. O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Servia.


                                                                   Francisco Ferdinando
O assassinato do arquiduque Francisco Fernando chocou toda a Europa e gerou a simpatia internacional pela posição austríaca. Dois dias após o assassinato, Áustria-Hungria e Alemanha exigiram da Sérvia a abertura de uma investigação, mas Slavko Gruic, secretário geral do Ministério do Exterior sérvio, respondeu que "Nada foi feito até agora e o assunto não diz respeito ao governo sérvio". Seguiu-se, então, uma tensa negociação entre o encarregado de negócios austríaco em Belgrado e Gruic. Após a realização de uma investigação criminal - certificando-se de que a Alemanha iria honrar sua aliança militar - e de convencer o cético conde Tisza sobre a necessidade de retaliações contra o governo sérvio, o governo austríaco enviou uma carta formal ao governo da Sérvia, lembrando seu compromisso de respeitar a decisão das grandes potências sobre a Bósnia e Herzegovina e de manter boas relações com a Áustria-Hungria. A carta também exigia providências para evitar a divulgação de propaganda alusiva à destruição violenta da Áustria-Hungria, a destituição dos responsáveis que pertenciam às forças armadas sérvias, a prisão de todos os envolvidos na trama de assassinato que se encontrassem em território sérvio e o bloqueio do envio clandestino de armas e explosivos da Sérvia para a Áustria-Hungria.
Esta carta ficou conhecida como o Ultimato de Julho, uma vez que o governo austro-húngaro ameaçou chamar de volta a Viena seu embaixador em Belgrado caso a Sérvia não aceitasse todas as exigências no prazo de 48 horas. Após receber um telegrama de apoio da Rússia, a Sérvia mobilizou seu exército e respondeu ao ultimato, aceitando incondicionalmente os itens n.º 8 - que exigia o fim do contrabando de armas e a punição dos oficiais de fronteira que haviam colaborado com os assassinos - e n.º 10 - que exigia um relatório sobre a execução das medidas impostas conforme elas fossem concluídas. De forma astuta, a Sérvia aceitou parcialmente ou rejeitou polidamente os elementos do preâmbulo e os itens 1 a 7 e 9. A Áustria-Hungria reagiu rompendo relações diplomáticas com a Sérvia.
No dia seguinte, reservistas sérvios transportados por navios fretados pelo Danúbio cruzaram a fronteira austro-húngara do rio em Temes-Kubin, sendo advertidos por soldados com tiros para o ar.O relatório deste incidente foi inicialmente esboçado e relatado ao imperador Francisco José I como "um conflito considerável". Diante disso, a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia em 28 de julho de 1914 e mobilizou a porção de seu exército que iria enfrentar o (já mobilizado) exército sérvio. Nos termos do Tratado Secreto de 1892, Rússia e França também foram obrigados a mobilizar seus exércitos. Em breve, todas as grandes potências, com exceção da Itália e da Grã-Bretanha, haviam escolhido seus aliados e partido para o conflito que passou à história como a Primeira Guerra Mundial.




                                   Gravilo Princip sendo detido após assassinar o arquiduque.

POLÍTICA DE ALIANÇAS

Paz Armada é o nome usado para descrever o período de guerra da 3 coroas a 1914 que antecedeu à Primeira Guerra Mundial. Foi um momento de intensa corrida armamentista, quando a Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália) ampliava sua capacidade bélica, e a Tríplice Entente (Rússia, França e Inglaterra) buscava equipar-se. A indústria bélica aumentou consideravelmente os seus recursos, produzindo novas tecnologias para a guerra. Além disso, quase todas as nações europeias adotaram o serviço militar obrigatório, incentivando assim o sentimento nacionalista. A Paz Armada (1905-1914) foi notória na Primeira Guerra Mundial. A persistência de tensões entre os Estados os levaram a gastar grande parte de seu capital para investimentos na indústria do armamento e da promoção do exército. Isto resultou em um complexo sistema de alianças em que as nações estavam em conflito, sem estar em guerra. Armados e paz é um notável oxímoro (termos contraditórios). Os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares desde o final do século XIX. Durante o conflito mundial estas alianças permaneceram. De um lado havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha ( a Itália passou para a outra aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, formada em 1907, com a participação de França, Rússia e Reino Unido.
No início da guerra (1914), o Reino de Itália era aliada dos Impérios Centrais na Tríplice Aliança, mas, considerando que a aliança tinha carácter defensivo (e a guerra havia sido declarada pela Áustria) e a Itália não havia sido preventivamente consultada sobre a declaração de guerra, o governo italiano afirmou não se sentir vinculado à aliança e que, portanto, permaneceria neutro. Mais tarde, as pressões diplomáticas da Grã-Bretanha e da França fizeram-na firmar em 26 de abril de 1915 um pacto secreto contra o aliado austríaco, chamado Pacto de Londres, no qual a Itália se empenharia a entrar em guerra decorrido um mês em troca de algumas conquistas territoriais que obtivesse ao fim da guerra: o Trentino, o Tirol Meridional, Trieste, Gorizia, Ístria (com exceção da cidade de Fiume), parte da Dalmácia, um protetorado sobre a Albânia, sobre algumas ilhas do Dodecaneso e alguns territórios do Império Turco, além de uma expansão das colônias africanas, às custas da Alemanha (a Itália já possuía na África: a Líbia, a Somália e a Eritreia). O não-cumprimento das promessas feitas à Itália foi um dos fatores que a levaram a aliar-se ao Eixo na Segunda Guerra Mundial.







O Brasil também participou, enviando para os campos de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os países da Tríplice Entente.
No Brasil, o confronto foi conhecido popularmente, até a Segunda Guerra Mundial, como a Guerra de 14, em alusão a 1914.
No dia 5 de abril de 1917, o vapor brasileiro "Paraná", que navegava de acordo com as exigências feitas a países neutros, foi torpedeado, supostamente por um submarino alemão. No dia 11 de abril o Brasil rompeu relações diplomáticas com os países do bloco liderado pela Alemanha. Em 20 de maio, o navio "Tijuca" foi torpedeado perto da costa francesa. Nos meses seguintes, o governo Brasileiro confiscou 42 navios alemães, austro-húngaros e turco-otomanos que estavam em portos brasileiros, como uma indenização de guerra.
No dia 23 de outubro de 1917, o cargueiro nacional "Macau", um dos navios arrestados, foi torpedeado por um submarino alemão, perto da costa da Espanha, e seu comandante feito prisioneiro. Com a pressão popular contra a Alemanha, no dia 26 de outubro de 1917, o país declarou guerra aos Poderes Centrais.
A partir deste momento, por um lado, sob a liderança de políticos como Ruy Barbosa, recrudesceram agitações de caráter nacionalista, com comícios exigindo a "imperiosa necessidade de se apoiar os Aliados com ações" para por fim ao conflito. Por outro lado, sindicalistas, anarquistas e intelectuais como Monteiro Lobato criticavam essa postura e a possibilidade de grande convocação militar, pois segundo estes, entre outros efeitos negativos isto desviava a atenção do país em relação a seus problemas internos.
Assim, devido a várias razões, de conflitos internos à falta de uma estrutura militar adequada, a participação militar do Brasil no conflito foi muito pequena; resumindo-se no envio ao front ocidental em 1918 de um grupo de aviadores do Exército e da Marinha que foram integrados à Força Aérea Real Britânica e de um corpo médico-militar, composto por oficiais e sargentos do exército que foram integrados ao exército francês, tendo seus membros tanto prestado serviços na retaguarda como participado de combates no front. A Marinha também enviou uma divisão naval com a incumbência de patrulhar a costa noroeste da África a partir de Dakar e o Mediterrâneo desde o estreito de Gibraltar, evitando a ação de submarinos inimigos.


A CRISE DE JULHO E AS DECLARAÇÕES DE GUERRA

Após o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando em 28 de Junho, o Império Austro-Húngaro esperou três semanas antes de decidir tomar um curso de ação. Essa espera foi devida ao fato de que grande parte do efetivo militar estava na ajuda a colheita, o que impossibilitava a ação militar naquele período. Em 23 de Julho, graças ao apoio incondicional alemão (carta branca) ao Império Austro-Húngaro se a guerra eclodisse, o Ultimato de julho foi mandado à Sérvia, e que continha várias requisições, entre elas a que agentes austríacos fariam parte das investigações, e que a Sérvia seria a culpada pelo atentado. O governo sérvio aceitou todos os termos do ultimato, com exceção da participação de agentes austríacos, o que na opinião sérvia constituía uma violação de sua soberania.
Por causa desse termo, rejeitado em resposta sérvia em 26 de Julho, o Império Austro-Húngaro cortou todas as relações diplomáticas com o país e declarou guerra ao mesmo em 28 de Julho, começando o bombardeio a Belgrado (capital sérvia) em 29 de Julho. No dia seguinte, o Império Russo, que sempre tinha sido aliado da Sérvia, deu a ordem de locomoção a suas tropas. O Império Alemão, que tinha garantido apoio ao Império Austro-Húngaro no caso de uma eventual guerra mandaram um ultimato ao governo do Império Russo para parar a mobilização de tropas dentro de 12 horas, no dia 31. No primeiro dia de Agosto o ultimato tinha expirado sem qualquer reação russa. A Alemanha então declarou-lhe guerra. Em 2 de Agosto a Alemanha ocupou Luxemburgo, como o passo inicial da invasão à Bélgica e do Plano Schlieffen (estratégia de defesa alemã que previa a invasão da França, Inglaterra e Rússia). A Alemanha tinha enviado outro ultimato, desta vez à Bélgica, requisitando a livre passagem do exército alemão rumo à França. Como tal pedido foi recusado, foi declarada guerra a Bélgica.
Em 3 de Agosto a Alemanha declarou guerra à França, e no dia seguinte invadiu a Bélgica. Tal ato, violando a soberania belga - que Grã-Bretanha, França e a própria Alemanha estavam comprometidos a garantir fez com que o Império Britânico saísse da sua posição neutra e declarasse guerra à Alemanha em 4 de Agosto.

Desenvolvimento

Algumas das primeiras hostilidades de guerra ocorreram no continente africano e no oceano Pacífico, nas colônias e territórios das nações europeias. Em Agosto de 1914, um combinado da França e do Império Britânico invadiu o protetorado alemão da Togoland, no Togo. Pouco depois, em 10 de Agosto, as forças alemãs baseadas na Namíbia atacaram a África do Sul, que pertencia ao Império Britânico. Em 30 de Agosto a Nova Zelândia invadiu a Samoa, da Alemanha; em 11 de Setembro a Força Naval e Expedicionária Australiana desembarcou na ilha de Neu Pommern (mais tarde renomeada Nova Bretanha), que fazia parte da chamada Nova Guiné Alemã. O Japão invadiu as colônias micronésias e o porto alemão de abastecimento de carvão de Qingdao na península chinesa de Shandong. Com isso, em poucos meses, a Tríplice Entente tinha dominado todos os territórios alemães no Pacífico. Batalhas esporádicas, porém, ainda ocorriam na África.
Na Europa, o Império Alemão e o Império Austro-Húngaro sofriam de uma mútua falta de comunicação e desconhecimento dos planos de cada exército. A Alemanha tinha garantido o apoio à invasão austro-húngara à Sérvia, mas a interpretação prática para cada um dos lados tinha sido diferente. Os líderes austro-Hhúngaros acreditavam que a Alemanha daria cobertura ao flanco setentrional contra a Rússia. A Alemanha, porém, tinha planejado que o Império Austro-Húngaro focasse a maioria de suas tropas na luta contra a Rússia enquanto combatia a França na Frente Ocidental. Tal confusão forçou o exército Austro-Húngaro a dividir suas tropas. Mais da metade das tropas foi combater os russos na fronteira, enquanto um pequeno grupo foi deslocado para invadir e conquistar a Sérvia.

                                                                 Soldados alemães


                                     Os "resultados alcançados": morte e sofrimento nas trincheiras.


A batalha na Sérvia

O exército sérvio submeteu-se a uma estratégia defensiva para conter os invasores austro-húngaros, o que culminou na Batalha de Cer. Os sérvios ocuparam posições defensivas no lado sul do rio Drina. Nas duas primeiras semanas os ataques austro-húngaros foram repelidos causando grandes perdas ao exército das Potências Centrais. Essa foi a primeira grande vitória da Tríplice Entente na guerra. As expectativas austro-húngaras de uma vitória fácil e rápida não foram realizadas e como resultado o Império Austro-Húngaro foi obrigado a manter uma grande força na fronteira sérvia, enfraquecendo as tropas que batalhavam contra a Rússia na Frente Oriental.

Exército alemão na Bélgica e França

Após invadir o território belga, o exército alemão logo encontrou resistência na fortificada cidade de Liège. Apesar do exército ter continuado a rápida marcha rumo à França, a invasão germânica tinha provocado a decisão britânica de intervir em ajuda a Tríplice Entente. Como signatário do Tratado de Londres, o Império Britânico estava comprometido a preservar a soberania belga. Para a Grã-Bretanha os portos de Antuérpia e Oostende eram importantes demais para cair nas mãos de uma potência continental hostil ao país. Para tanto, enviou um exército para a Bélgica, atrasando o avanço alemão.
Inicialmente os mesmos tiveram uma grande vitória na Batalha das Fronteiras (14 de Agosto a 24 de Agosto de 1914). A Rússia, porém, atacou a Prússia Oriental, o que obrigou o deslocamento das tropas alemãs que estavam planejadas para ir a Frente Ocidental. A Alemanha derrotou a Rússia em uma série de confrontos chamados da Segunda Batalha de Tannenberg (17 de Agosto a 2 de Setembro de 1914). O deslocamento imprevisto para combater os russos, porém, acabou permitindo uma contra-ofensiva em conjunto das forças francesas e inglesas, que conseguiram parar os alemães em seu caminho para Paris, na Primeira Batalha do Marne (Setembro de 1914), forçando o exército alemão a lutar em duas frentes. O mesmo se postou numa posição defensiva dentro da França e conseguiu incapacitar permanentemente 230.000 franceses e britânicos.


As batalhas desenvolveram-se principalmente em trincheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos pedaços de território. A fome e as doenças também eram os inimigos destes guerreiros. Nos combates também houve a utilização de novas tecnologias bélicas como, por exemplo, tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas indústrias bélicas como empregadas.
Os avanços na tecnologia militar significaram na prática um poder de fogo defensivo mais poderoso que as capacidades ofensivas, tornando a guerra extremamente mortífera. O arame farpado era um constante obstáculo para os avanços da infantaria; a artilharia, muito mais letal que no século XIX, armada com poderosas metralhadoras. Os alemães começaram a usar gás tóxico em 1915, e logo depois, ambos os lados usavam da mesma estratégia. Nenhum dos lados ganhou a guerra pelo uso de tal artifício, mas eles tornaram a vida nas trincheiras ainda mais miserável tornando-se um dos mais temidos e lembrados horrores de guerra.
Numa nota curiosa, temos que no início da guerra, chegando a primeira época natalícia, se encontram relatos de os soldados de ambos os lados cessarem as hostilidades e mesmo saírem das trincheiras e cumprimentarem-se (trégua de Natal). Isto ocorreu sem o consentimento do comando, no entanto, foi um evento único. Não se repetiu posteriormente por diversas razões: o número demasiado elevado de baixas aumentou os sentimentos de ódio dos soldados e o comando, dados os acontecimentos do primeiro ano, tentou usar esta altura para fazer propaganda, o que levou os soldados a desconfiar ainda mais uns dos outros.
A alimentação era sobretudo à base de carne, vegetais enlatados e biscoitos, sendo os alimentos frescos uma raridade.


 

Fim do conflito

Em 1917 ocorreu um fato histórico de extrema importância : a entrada dos Estados Unidos no conflito. Os EUA entraram ao lado da Tríplice Entente, pois havia acordos comerciais a defender, principalmente com Inglaterra e França. Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os países da Aliança a assinarem a rendição. Os derrotados tiveram ainda que assinar o Tratado de Versalhes que impunha a estes países fortes restrições e punições. A Alemanha teve seu exército reduzido, sua indústria bélica controlada,  perdeu a região do corredor polonês, teve que devolver à França a região da Alsácia Lorena, além de ter que pagar os prejuízos da guerra dos países vencedores. O Tratado de Versalhes teve repercussões na Alemanha, influenciando o início da Segunda Guerra Mundial.
A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mortos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos.
Três impérios europeus foram destruídos e consequentemente desmembrados: Alemão, o Austro-Húngaro e o Russo. Nos Bálcãs e no Médio Oriente o mesmo ocorreu com o Império Turco-Otomano. Dinastias imperiais europeias como as das famílias Habsburgos, Romanov e Hohenzollern, que vinham dominando politicamente a Europa e cujo poder tinha raízes nas Cruzadas, também caíram durante os quatro anos de guerra.
O fracasso da Rússia na guerra acabou contribuindo para a queda do czar e o fim do império, servindo de catalisador para a Revolução Russa que inspirou outras em países tão diferentes como China e Cuba, e que serviu também, após a Segunda Guerra Mundial, como base para a Guerra Fria. No Oriente Médio, o Império Turco-Otomano foi substituído pela República da Turquia e muitos territórios por toda a região acabaram em mãos inglesas e francesas.
Na Europa Central os novos estados Tchecoslováquia, Finlândia, Letônia, Lituânia, Estônia e Iugoslávia "nasceram" depois da guerra e os estados da Áustria, Hungria e Polônia foram redefinidos. Pouco tempo depois da guerra, em 1923, os Fascistas tomaram o poder no Reino de Itália. A derrota da Alemanha na guerra e o fracasso em resolver assuntos pendentes no período pós-guerra, alguns dos quais haviam sido causas da Primeira Guerra, acabaram por criar condições para a ascensão do Nazismo quatorze anos depois e para a Segunda Guerra Mundial em 1939, vinte anos depois.

OS 14 PONTOS DE WILSON

"Os 14 pontos foram apresentados em 8 de janeiro de 1918 ao Congresso dos EUA, que o rejeitou, sob a forte influência do isolacionismo na política externa americana. A rejeição deixou os EUA de fora da Liga --que anos mais tarde falhou em evitar a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Depois das complexas negociações entre as nações vencedoras e aliadas, que envolveram discussões sobre a retomada de terras dominadas e conflitos anteriores à Primeira Guerra, uma versão reformulada do tratado de 14 pontos foi aprovada.
Um mês depois, em 28 de junho de 1919, em Paris, o estatuto da Liga das Nações foi assinado como parte do Tratado de Versalhes, que definiu as cláusulas do fim da guerra. A primeira assembléia geral da Liga foi realizada em 15 de novembro de 1920, na neutra Genebra.

Conheça os 14 pontos da proposta de paz de Woodrow Wilson: 
1) Inaugurar pactos de paz, depois dos quais não deverá haver acordos diplomáticos secretos, mas sim diplomacia franca e sob os olhos públicos;
2) Liberdade absoluta de navegação nos mares e águas fora do território nacional, tanto na paz quanto na guerra, com exceção dos mares fechados completamente ou em parte por ação internacional em cumprimento de pactos internacionais;
3) Abolição, na medida do possível, de todas as barreiras econômicas entre os países e o estabelecimento de uma igualdade das condições de comércio entre todas as nações que consentem com a paz e com a associação multilateral;
4) Garantias adequadas da redução dos armamentos nacionais até o menor nível necessário para garantir a segurança nacional;
5) Um reajuste livre, aberto e absolutamente imparcial da política colonialista, baseado na observação estrita do princípio de que a soberania dos interesses das populações colonizadas deve ter o mesmo peso dos pedidos equiparáveis das nações colonizadoras;
6) Retirada dos Exércitos do território russo e solução de todas as questões envolvendo a Rússia, visando assegurar melhor cooperação com outras nações do mundo. O tratamento dispensado à Rússia por suas nações irmãs será o teste de sua boa vontade, da compreensão de suas necessidades como distintas de seus próprios interesses e de sua simpatia inteligente e altruísta;
7) Bélgica, o mundo inteiro concordará, precisa ser restaurada, sem qualquer tentativa de limitar sua soberania a qual ela tem direito assim como as outras nações livres;
8) Todo território francês deve ser libertado e as partes invadidas restauradas. O mal feito à França pela Prússia, em 1871, na questão da Alsácia e Lorena, deve ser desfeito para que a paz possa ser garantida mais uma vez, no interesse de todos;
9) Reajuste das fronteiras italianas, respeitando linhas reconhecidas de nacionalidade;
10) Reconhecimento do direito ao desenvolvimento autônomo dos povos da Áustria-Hungria, cujo lugar entre as nações queremos ver assegurado e salvaguardado;
11) Retirada das tropas estrangeiras da Romênia, da Sérvia e de Montenegro, restauração dos territórios invadidos e o direito de acesso ao mar para a Sérvia;
12) Reconhecimento da autonomia da parte da Turquia dentro do Império Otomano e a abertura permanente do estreito de Dardanelos como passagem livre aos navios e ao comércio de todas as nações, sob garantias internacionais;
13) Independência da Polônia, incluindo os territórios habitados por população polonesa, que devem ter acesso seguro e livre ao mar;
14) Criação de uma associação geral sob pactos específicos para o propósito de fornecer garantias mútuas de independência política e integridade territorial dos grandes e pequenos Estados.


TRATADO DE VERSALHES 1919

Assinado em 28 de junho de 1919, o Tratado de Versalhes foi um acordo de paz assinado pelos países europeus, após o final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Neste Tratado, a Alemanha assumiu a responsabilidade pelo conflito mundial, comprometendo-se a cumprir uma série de exigências políticas, econômicas e militares. Estas exigências foram impostas à Alemanha pelas nações vencedoras da Primeira Guerra, principalmente Inglaterra e França. Em 10 de janeiro de 1920, a recém criada Liga das Nações (futura ONU) ratificou o Tratado de Versalhes.

Algumas exigências impostas à Alemanha pelo Tratado de Versalhes:
- reconhecimento da independência da Áustria;
- devolução dos territórios da Alsácia-Lorena à França;
- devolução à Polônia das províncias de Posen e Prússia Ocidental;
- as cidades alemãs de Malmedy e Eupen passariam para o controle da Bélgica;
- a província do Sarre passaria para o controle da Liga das Nações por 15 anos;
- a região da Sonderjutlândia deveria ser devolvida à Dinamarca
- pagamento aos países vencedores, principalmente França e Inglaterra, uma indenização pelos prejuízos causados durante a guerra. Este valor foi estabelecido em 269 bilhões de marcos.
- proibição de funcionamento da aeronáutica alemã (Luftwaffe)
- a Alemanha deveria ter seu exército reduzido para, no máximo, cem mil soldados;
- proibição da fabricação de tanques e armamentos pesados;
- redução da marinha alemã para 15 mil marinheiros, seis navios de guerra e seis cruzadores;


Consequências: As fortes imposições do Tratado de Versalhes à Alemanha, fez nascer neste país um sentimento de revanchismo e revolta entre a população. A indenização absurda enterrou de vez a economia alemã, já abalada pela guerra. As décadas de 1920 e 1930 foram marcadas por forte crise moral e econômica na Alemanha (inflação, desemprego, desvalorização do marco). Terreno fértil para o surgimento e crescimento do nazismo que levaria a Alemanha para um outro conflito armado, a Segunda Guerra Mundial.






Textos retirados dos sites http://www.sohistoria.com.br/ ,  wikipédia, Folha online e sua pesquisa

quinta-feira, 10 de maio de 2012

FEUDALISMO - REVISÃO - 7º ANO CNE E 6ª A e B MANOEL TABACOW

UMA REVISÃO BÁSICA SOBRE FEUDALISMO!

Origem do Feudalismo

      Após a Queda do Império Romano do Ocidente (476), que selou o fim da Antiguidade e início da Idade Média, a Europa foi dominada pelos germanos que dividiam-se em vários povos, com grandes diferenças culturais entre si. Após a fragmentação do Império Carolíngio, a Europa passou um longo período sem sofrer invasões externas, porém, o território europeu começou a sofrer invasões dos húngaros (magiares), vikings (escandinavos) e dos mulçumanos.
      Com a insegurança provocada pelas invasões, os europeus ocidentais procuraram se proteger, buscando refúgio no campo. Houve então, um enfraquecimento do poder central dos antigos reinos germânicos, ao mesmo tempo que o poder local se fortalecia. O comércio foi dificultado pela insegurança reinante e pelo bloqueio das estradas e do mar Mediterrâneo.
      Essas condições possibilitaram transformações no modo de vida das sociedades européias, que caracterizavam o Feudalismo.

 Feudalismo: Relações sociais, econômicas e políticas

       A insegurança provocada pelas invasões dos séculos IX e X levou os europeus ocidentais a buscar proteção. Houve grande migração das cidades para o campo, caracterizando um processo de ruralização. Em muitas regiões, construíram-se vilas fortificadas e castelos cercados por muralhas. Pessoas com menos recursos, que não tinham como se proteger por si, procuraram a ajuda de nobres e guerreiros; os camponeses que pediam a proteção dos senhores de terra foram submetidos à servidão.

      Segundo o historiador Jacques Le Goff, feudalismo é um sistema de organização econômica, social e política baseado nos vínculos de homem a homem, no qual uma classe de guerreiros especializados – os senhores -, subordinados uns aos outros por uma hierarquia de vínculos de dependência, domina uma massa campesina que explora a terra e lhes fornece com que viver.( Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente Medieval.Lisboa, Estampa,1984.v. II. P. 29)

Relações sociais

       A sociedade feudal se dividia em três ordens principais:
- Nobres: ordem dos detentores de terra, que se dedicavam basicamente às atividades militares.
- Clero: ordem dos membros da Igreja Católica, destacando-se os dirigentes superiores, como bispos, abades e cardeais. Administravam suas propriedades e tinham grande influência política e ideológica sobre toda a sociedade.
- Servos: compreendendo a maioria da população camponesa, os servos realizavam os trabalhos necessários à subsistência da sociedade. A condição de servo implicava uma série de restrições à liberdade. Ele podia ser vendido, trocado ou dado pelo senhor, não podia testemunhar contra homem livre, não podia se tornar clérigo, devia diversos encargos. Porém, ao contrário do escravo clássico, tinha reconhecida sua condição humana para ter bens e recebia proteção do senhor. (Hilário Franco Jr. A Idade Média: o nascimento do Ocidente. São Paulo, Brasiliense,1999. p. 122)
       Essa organização social, rígida e praticamente sem mobilidade entre as ordens era defendida pela elite do clero e da nobreza como forma de manter seus interesses.

Relações políticas

       Durante o predomínio do feudalismo, os governos centralizados da Europa Ocidental enfraqueceram-se. O poder político passou a ser dividido com os senhores feudais, detentores de grandes extensões de terras que governavam seus domínios exercendo autoridade administrativa, judicial e militar.
       Os vários núcleos de poder político- principados, ducados, condados, etc. – estavam ligados por laços estabelecidos entre membros da nobre a partir da concessão de feudos. Feudopalavra derivada do germânico fehu (gado), significando um “bem oferecido em troca de algo”, benefício. Os feudos podiam ser uma extensão de terras, um castelo, uma quantia em dinheiro ou outros direitos.
       De modo geral, intitulava-se senhor ou suserano o nobre que concedia feudos a outro nobre, denominado vassalo; este, em troca, devia fidelidade e prestação de serviços (principalmente militares) ao senhor.
      Suseranos e vassalos tinham direitos e deveres a cumprir estabelecidos entre si.
- Suserano: devia proteger militarmente seus vassalos e dar-lhes assistência jurídica. Tinha direito de reaver o feudo do vassalo que morresse sem deixar herdeiros, de proibir o casamento do vassalo com pessoa que fosse infiel etc.
- Vassalo: devia prestar serviço militar ao suserano, libertá-lo, caso fosse aprisionado por inimigos, comparecer ao tribunal presidido pelo suserano toda vez que fosse convocado etc. Recebia proteção militar do suserano.

Relações econômicas

     Na sociedade feudal predominou a produção de bens agrícolas e pastoris, que tinha como principal unidade produtora o senhorio (extensão de terra) e como forma de trabalho, a servidão.
     O tamanho médio de um senhorio variava entre 200 e 250 hectares. Cada um tinha uma produção variada de cereais, carnes, leite, roupas e utensílios domésticos  - poucos produtos (como os metais utilizados na confecção de ferramentas e o sal) vinham de fora. Eram divididos em três grandes áreas:

- os campos abertos (terras comunais): bosques e pastos de uso comum, em que os servos podiam recolher madeira, coletar frutos e soltar os animais – mas não podiam caçar (um direito exclusivo do senhor);
- as reservas senhoriais: terras exclusivas do senhor feudal, cultivadas alguns dias por semanas pelos servos. Tudo o que nelas fosse produzido pertencia ao senhor;
- os mansos servis: terras utilizadas pelos servos, das quais eles retiravam seu próprio sustento e os recursos para cumprir as obrigações que deviam aos senhores.

      A forma de trabalho predominante no feudalismo foi a servidão. Os servos não eram proprietários das terras em que trabalhavam, apenas as usavam; produziam o próprio sustento e para manter as outras duas ordens.
      A relação servil impunha uma série de obrigações do servo para com o senhor feudal, pagas em forma de trabalho e de bens. Uma delas era a corvéia, pela qual o servo, embora livre, tinha de trabalhar alguns dias da semana gratuitamente nas reservas senhoriais. Esse trabalho podia ser realizado na agricultura, na criação de animais, na construção de casas e outros edifícios ou em benfeitorias.
      Os servos também pagavam a talha: eram obrigados a entregar parte da produção agrícola ou pastoril ao senhor feudal. Havia ainda a banalidade, pagamento de taxas ao senhor pela utilização de equipamentos e instalações do senhorio (celeiros, fornos, moinhos etc.)


                                                                                     Por Dennys Oliveira Stefanini
                                                                               Graduado em História

Mudando o nome

Caros alunos!

Passando aqui para avisar que estou mudando o nome e o endereço do blog!
Mudei para "Alternar", porque talvez o nome Silêncio Fúnebre seja um pouco agressivo para algumas pessoas.
Estou curtindo o finalzinho da minha lua de mel.... tá acabando...

Até mais!!! Até semana que vem!