terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

PRÉ-HISTÓRIA - 6º ANO - WIENKE

Pré-História

  Quando falamos das primeiras sociedades humanas, geralmente utilizamos um termo carregado de preconceito: Pré-História. Devido ao eurocentrismo presente na historiografia, acabamos reproduzindo esse posicionamento ideológico (e nos dias de hoje tão obsoleto) dos historiadores positivistas do século XIX e XX. Para compreendermos esse período tão distante devemos analisar e questionar aquelas conhecidas periodizações históricas. Essas periodizações estão de acordo com o ponto de vista de quem as elaborou. Os históriadores europeus davam maior importância às fontes escritas e aos fatos políticos, além disso, muitas vezes reproduzimos um ponto de vista como se fosse "verdade absoluta" e não abrimos espaço para questionamentos ou outra visão de um acontecimento. É a chamada "versão do conquistador". Devido a importância das fontes escritas, todo o período anterior à invenção da escrita (por volta de 4.000 a.C.) foi chamada de Pré-história.


Essa periodização é criticada por ter sido elaborada com base no estudo de apenas algumas regiões e acontecimentos da Europa, do Oriente Médio e do norte da África. Além disso, ela adota certos fatos como marcos dos períodos, dando a errônea impressão de as mudanças históricas, que em geral fazem parte de um processo longo, gradativo e não universal, acontecem repentinamente.
Vale lembrar também que, os históriadores europeus acabaram "excluindo" toda a história das sociedades humanas que não utilizam a escrita, como se eles não fizessem história. Ora, o ser humano é acima de tudo um ser histórica, a história está em toda parte e em diversas representações. Os povos que não utilizavam escrita, chamados ágrafos, utilizavam várias formas e fontes para transmitir conhecimento, cultura entre outras coisas.
Hoje os historiadores (e demais pesquisadores, como palentólogos, arqueólogos) utilizam vários documentos para estudar e compreender os acontecimentos do passado.Esses documentos são chamados de fontes históricas e se dividem em 2 categorias:

* Fontes primárias ou fontes diretas: são os documentos originais, produzidos na própria época histórica que está sendo estudada.
* Fontes secundárias ou fontes indiretas: são as fontes produzidas em períodos posteriores à época que está sendo estudada, utilizando-se informações obtidas por meio das fontes primárias.

A Pré-história é então, caracterizada pela falta de fontes escritas e por um longo período com diversas transformações para a sociedade humana. Vale lembrar que o ser humano também passou por diversas transformações ao longo do tempo. Charles Darwin em sua teoria da Evolução das Espécies propôs uma nova idéia em relação à teoria criacionista tão difundida, de que mudanças naturais ocorridas ao longo de milhares de anos em cada espécie poderiam torná-las mais bem adaptadas (ou não) na luta pela sobrevivência. Essa teoria serviu para explicar a origem e o desenvolvimento da vida na Terra.

Divisão da Pré-História:
Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada (500.000 a 18.000 a. C.)
Mesolítico ou Idade da Pedra Intermediária (20.000 a 10.000 a. C.)
Neolítico ou Idade da Pedra Polida (10.000 a 6.000 a. C.)
Idade dos Metais (5000 a 4000 a. C.)

A Revolução Neolítica

Durante todo esse período pré-histórico, os hominídeos evoluíram de uma forma lenta e gradual. Acompanhado desse desenvolvimento da espécie humana, os hominídeos criavam novas ferramentas que facilitavam sua vida e existência. Durante o período neolítico, houve mudanças significativas que alteraram a vida desses homens. O início da agricultura e cultivo de raízes selvagens marca o fim da característica nômade e o início da sedentarização, pois agora esse homem que antes só desenvolvia atividade de caça e coleta, saber plantar e pode fixar moradia. Outra característica dessa sedentarização é a presença de necrópoles, ou seja, é possível relacionar o hábito de enterrar os mortos com as a religiosidade desses homens. Com suas técnicas de agricultura, o domínio do fogo, a fundição de metais e a domesticação dos animais;os homo sapiens sapiens conseguem controlar a produção de alimentos, e sua economia de subsistência é capaz de produzir alimentos que não só atingem a demanda, mas produtos excedentes que foram estocados e comercializados. Dessa forma, há um crescimento populacional e as poucas pessoas que viviam em comunidade, agora estão constituíndo as primeiras aldeias e vilas. Surge então a necessidade de transmitir conhecimento, valores, hábitos, costumes e tradições que vão constituir a cultura dessas sociedades. O fato de viverem em conjunto faz surgir a necessidade de controlar a produção agrícola e a observação dos astros e da natureza vão contribuir para a organização dos primeiros calendários. Essas aldeias em crescimento populacional necessitam de obras de infra-estrutura, principalmente relacionadas à agricultura. A proteção dessas aldeias e as obras de infra-estrutura são assuntos que poucas pessoas (as mais ricas e que possuíam o maior número de terras) vão se preocupar e ter condições de administrar. É dessa forma que surge o Estado, e as primeiras desigualdades socioeconômicas, com a privatização de terras concentradas nas mãos de poucas pessoas. Vale lembrar que esse estado monárquico adquire características religiosas também.
                                         
                                                                                        Por Dennys Oliveira
                                   Graduado em História

TRABALHO SOBRE FEUDALISMO - 7º ANO - WIENKE



Origem do Feudalismo

      Após a Queda do Império Romano do Ocidente (476), que selou o fim da Antiguidade e início da Idade Média, a Europa foi dominada pelos germanos que dividiam-se em vários povos, com grandes diferenças culturais entre si. Após a fragmentação do Império Carolíngio, a Europa passou um longo período sem sofrer invasões externas, porém, o território europeu começou a sofrer invasões dos húngaros (magiares), vikings (escandinavos) e dos mulçumanos.
      Com a insegurança provocada pelas invasões, os europeus ocidentais procuraram se proteger, buscando refúgio no campo. Houve então, um enfraquecimento do poder central dos antigos reinos germânicos, ao mesmo tempo que o poder local se fortalecia. O comércio foi dificultado pela insegurança reinante e pelo bloqueio das estradas e do mar Mediterrâneo.
      Essas condições possibilitaram transformações no modo de vida das sociedades européias, que caracterizavam o Feudalismo.

 Feudalismo: Relações sociais, econômicas e políticas

       A insegurança provocada pelas invasões dos séculos IX e X levou os europeus ocidentais a buscar proteção. Houve grande migração das cidades para o campo, caracterizando um processo de ruralização. Em muitas regiões, construíram-se vilas fortificadas e castelos cercados por muralhas. Pessoas com menos recursos, que não tinham como se proteger por si, procuraram a ajuda de nobres e guerreiros; os camponeses que pediam a proteção dos senhores de terra foram submetidos à servidão.

      Segundo o historiador Jacques Le Goff,  feudalismo é um sistema de organização econômica, social e política baseado nos vínculos de homem a homem, no qual uma classe de guerreiros especializados – os senhores -, subordinados uns aos outros por uma hierarquia de vínculos de dependência, domina uma massa campesina que explora a terra e lhes fornece com que viver. (Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente Medieval. Lisboa, Estampa,1984.v. II. P. 29)

Relações sociais

       A sociedade feudal se dividia em três ordens principais:
- Nobres: ordem dos detentores de terra, que se dedicavam basicamente às atividades militares.
- Clero: ordem dos membros da Igreja Católica, destacando-se os dirigentes superiores, como bispos, abades e cardeais. Administravam suas propriedades e tinham grande influência política e ideológica sobre toda a sociedade.
- Servos: compreendendo a maioria da população camponesa, os servos realizavam os trabalhos necessários à subsistência da sociedade. A condição de servo implicava uma série de restrições à liberdade. Ele podia ser vendido, trocado ou dado pelo senhor, não podia testemunhar contra homem livre, não podia se tornar clérigo, devia diversos encargos. Porém, ao contrário do escravo clássico, tinha reconhecida sua condição humana para ter bens e recebia proteção do senhor. (Hilário Franco Jr. A Idade Média: o nascimento do Ocidente. São Paulo, Brasiliense,1999. p. 122)
       Essa organização social, rígida e praticamente sem mobilidade entre as ordens era defendida pela elite do clero e da nobreza como forma de manter seus interesses.

Relações políticas

       Durante o predomínio do feudalismo, os governos centralizados da Europa Ocidental enfraqueceram-se. O poder político passou a ser dividido com os senhores feudais, detentores de grandes extensões de terras que governavam seus domínios exercendo autoridade administrativa, judicial e militar.
       Os vários núcleos de poder político- principados, ducados, condados, etc. – estavam ligados por laços estabelecidos entre membros da nobre a partir da concessão de feudos. Feudopalavra derivada do germânico fehu (gado), significando um “bem oferecido em troca de algo”, benefício. Os feudos podiam ser uma extensão de terras, um castelo, uma quantia em dinheiro ou outros direitos.
       De modo geral, intitulava-se senhor ou suserano o nobre que concedia feudos a outro nobre, denominado vassalo; este, em troca, devia fidelidade e prestação de serviços (principalmente militares) ao senhor.
      Suseranos e vassalos tinham direitos e deveres a cumprir estabelecidos entre si.
- Suserano: devia proteger militarmente seus vassalos e dar-lhes assistência jurídica. Tinha direito de reaver o feudo do vassalo que morresse sem deixar herdeiros, de proibir o casamento do vassalo com pessoa que fosse infiel etc.
- Vassalo: devia prestar serviço militar ao suserano, libertá-lo, caso fosse aprisionado por inimigos, comparecer ao tribunal presidido pelo suserano toda vez que fosse convocado etc. Recebia proteção militar do suserano.

Relações econômicas

     Na sociedade feudal predominou a produção de bens agrícolas e pastoris, que tinha como principal unidade produtora o senhorio (extensão de terra) e como forma de trabalho, a servidão.
     O tamanho médio de um senhorio variava entre 200 e 250 hectares. Cada um tinha uma produção variada de cereais, carnes, leite, roupas e utensílios domésticos  - poucos produtos (como os metais utilizados na confecção de ferramentas e o sal) vinham de fora. Eram divididos em três grandes áreas:

- os campos abertos (terras comunais): bosques e pastos de uso comum, em que os servos podiam recolher madeira, coletar frutos e soltar os animais – mas não podiam caçar (um direito exclusivo do senhor);
- as reservas senhoriais: terras exclusivas do senhor feudal, cultivadas alguns dias por semanas pelos servos. Tudo o que nelas fosse produzido pertencia ao senhor;
- os mansos servis: terras utilizadas pelos servos, das quais eles retiravam seu próprio sustento e os recursos para cumprir as obrigações que deviam aos senhores.

      A forma de trabalho predominante no feudalismo foi a servidão. Os servos não eram proprietários das terras em que trabalhavam, apenas as usavam; produziam o próprio sustento e para manter as outras duas ordens.
      A relação servil impunha uma série de obrigações do servo para com o senhor feudal, pagas em forma de trabalho e de bens. Uma delas era a corvéia, pela qual o servo, embora livre, tinha de trabalhar alguns dias da semana gratuitamente nas reservas senhoriais. Esse trabalho podia ser realizado na agricultura, na criação de animais, na construção de casas e outros edifícios ou em benfeitorias.
      Os servos também pagavam a talha: eram obrigados a entregar parte da produção agrícola ou pastoril ao senhor feudal. Havia ainda a banalidade, pagamento de taxas ao senhor pela utilização de equipamentos e instalações do senhorio (celeiros, fornos, moinhos etc.)

Exercícios de fixação

1-      No feudalismo, em que se baseava a produção econômica? Como se constituíam a unidade produtora e a forma de trabalho?
2-      Cite as principais obrigações do servo.
3-      Como se caracterizava a relação entre o suserano e o vassalo?
4-      Como se caracterizou o processo de ruralização que resultou na formação do sistema feudal?
5-      Havia desigualdade socioeconômica no período feudal? Explique.

Realizar essa atividade na folha almaço (manuscrito) ou A4 (digitado).
Entregar dia 08 de março. 

CRISE DO IMPÉRIO ROMANO - 7º ANO - WIENKE



A queda do Império Romano

·         No século III d.C., o vasto Império Romano abrangia territórios da Europa, Norte da África e Ásia
·         A unidade política, econômica, cultural e territorial era garantida através de uma extensa malha de estradas e seu numeroso exército.
·         Porém, devido a aspectos internos e externos, esse imenso império ruiu em 476 d.C., quando Odoacro, chefe dos hérulos, derrotou o último imperador e Roma capitulou.
·         Dentre os aspectos internos, vale destacar:

·         Questão militar: os gastos militares elevaram à medida que o território era ampliado durante as guerras de expansão; e para manter organizado, era necessário distribuir terras aos soldados para que não ficassem descontentes por lutarem durante anos. Na falta de terras e de dinheiro, o Império começa a emitir dinheiro, gerando um forte processo inflacionário.

·         Questão agrícola: devido a diminuição das guerras, Roma apresenta um elevado crescimento populacional, e as atividades agrícolas não são suficientes para atender à demanda. Acrescenta-se o fato de que os latifúndios começaram a se tornar pequenas propriedades, e manter muitos escravos trazia prejuízo. Para sair da crise, os latifundiários adotam o sistema de arrendamento. Os camponeses passaram a utilizar para seu sustento um pedaço de terra arrendado. Em troca eram obrigados a trabalhar alguns dias por semana na terra do proprietário. Alguns escravos também tinham lotes, tornando-se colonos. Na realidade, o colono não era completamente livre, mas preso à terra e a seu dono por laços pessoais e jurídicos muito rígidos.

·         Questão Escravista: a falta de guerras ocasiona a falta de escravos. Embora houvessem milhares de escravos que começam a lutar por direitos políticos. Lutavam pela liberdade e conquista de terras. A revolta mais conhecida foi liderada por Espartaco em 71 a.C. Quando não se podia mais espoliar os vencidos nas guerras, o número de escravos diminuiu e seu preço aumentou.

·         Questão Religiosa: a ascensão do Cristianismo prejudicou o exército, pois os cristãos não queriam se alistar, consideravam a liberdade um dom natural e a libertação dos escravos um ato piedoso. Não respeitavam algumas instituições romanas, principalmente as religiosas e não se alistavam no exército.

·         Questão Administrativa: com a ruralização da economia, a cobrança e a arrecadação de impostos se tornou mais difícil. As cidades entraram em crise e o Estado aumentou os impostos e encarregou os grandes proprietários de cobrá-los. Dessa forma, o sistema tributário ficou descentralizado. Diocleciano dividiu o Império em duas partes: O Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente.

·         Migrações Germânicas: os povos germânicos invadiram o território germânico em busca de terras férteis e fugindo das guerras em seu território. Esse movimento foi pacífico e depois através de violentas agressões aos romanos.




O Império Romano do Ocidente foi invadido por diversos povos: Jutos, Lombardos, Saxões, Hunos, Visigodos, Ostrogodos, Alamanos ou Alanos, Burgúndios, Vândalos, Francos e outras minorias.
No ano de 476 d.C., Odoacro, chefe dos hérulos destronou o último imperador romano e Roma capitulou.