sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

OS NOVOS REINOS DO OCIDENTE - 7º ANO WIENKE



OS NOVOS REINOS DO OCIDENTE

Desde o começo do século II, as fronteiras do Império Romano começaram a ser pressionadas pelos povos germânicos. A pressão se intensificou, entretanto, a partir do século IV, quando a crise econômica deixou o Império enfraquecido e sem condições para proteger suas fronteiras.
Uma das soluções encontradas foi consolidar a aliança com os invasores: em troca do consentimento para se fixarem em território romano, eles deveriam proteger as fronteiras contra o ataque de novos inimigos, o que nem sempre era possível. Aos poucos, se formaram novos reinos nas áreas ocupadas. Cada qual reunia em sua base social, política e econômica, hábitos dos povos invasores e dos romanos. O mapa político da Europa começava a ser redesenhado.
Entre os novos reinos formados em território romano, merecem destaque os dos:

·         *Vândalos, no norte da África;
·         * Ostrogodos, na península Itálica;
·         * Visigodos, na península Ibérica;
·         *Anglo-saxões, na Britânia (atual Inglaterra);
·         * Francos, na Europa centro-ocidental (atual França).



A seguir, examinaremos a formação de alguns desses reinos. 

Vândalos (429-534)

Em 429, depois de se fixarem no norte da África, os vândalos tomaram Cartago. Reconhecidos como aliados pelos romanos, puderam então organizar seu reino. Genserico, rei dos vândalos, formou então um Estado poderoso. Ocupou a Córsega, a Sardenha e parte da Sicília. Em 455, saqueou Roma.
Divergências políticas e religiosas levariam o Reino dos Vândalos à decadência. Envolvidos em diversos conflitos, acabaram conquistados pelo general Belisário, entre 534 e535. O domínio bizantino durou pouco. Logo em seguida os muçulmanos tomariam a região.

Ostrogodos (493-553)

Em 493, os ostrogodos se estabeleceram na península Itálica. A ocupação teve o apoio do imperador bizantino, que desejava expulsar da região os hérulos, povo responsável pela deposição de Rômulo Augústulo, último imperador romano no Ocidente.
Sob o comando de Teodorico, os ostrogodos procuraram formar um reino duradouro, com sede na cidade de Ravena. Para isso, mantiveram a estrutura administrativa dos romanos e estimularam a agricultura e o comércio.
Um dos maiores problemas do reino foi a oposição religiosa entre ostrogodos (arianos) e romanos (cristãos). Teodorico tentou conciliar os dois povos, mas proibiu o casamento entre eles.
Procurando controlar toda a península Itálica, Teodorico formou uma confederação germânica contra o Império Bizantino. A tentativa, entretanto, fracassou e a península foi retomada pelos bizantinos, com a ajuda dos lombardos. Em 553, sem conseguir resistir, o Reino dos Ostrogodos chegou ao fim.

Visigodos (419-711)

Em 419, os visigodos formaram seu reino no sul da Gália e na península Ibérica. Aliados do Império Romano, eles não pagavam impostos, mas tinham a obrigação de proteger a região. Ao enfrentar diversos conflitos, seus domínios acabaram reduzidos: foram, primeiro, derrotados pelos francos e expulsos da Gália; na península Ibérica, parte do território acabou ocupado pelos suevos e pelos bizantinos.
Com a conversão do rei Recaredo I ao catolicismo, a Igreja começou a exercer grande influência no modo de vida dos visigodos, que passaram a adotar uma política de integração com as populações locais.
Em 711, os árabes ocuparam quase toda a península Ibérica e os visigodos tiveram que se refugiar nas regiões montanhosas das Astúrias. Séculos mais tarde, partiriam daí para reconquistar o antigo território. A península Ibérica, com o desmembramento do Islão, a partir de 756, tornou-se califado independente, com sede em Córdoba.

Anglo-saxões (450-1035)

A conquista da Britânia (Bretanha) pelos romanos, iniciada na época de Júlio César, só se completou no século I depois de Cristo. O imperador Adriano construiu uma muralha para defender as terras romanizadas – e ocupadas pelos bretões (celtas romanizados) – contra os ataques dos pictos e dos escotos, povos celtas que viviam no norte da Britânia.
Com a invasão da Europa ocidental pelos visigodos, as tropas romanas se retiraram e os bretões se aliaram aos anglos, saxões e jutos (povos germânicos habitantes da Jutlândia). Dessa união, surgiram sete reinos, a heptarquia juto-anglo-saxônica.
Em 866, os vikings, povos de origem escandinava, tomaram Londres. Com a expansão da conquista, constituíram o Danelag, área onde predominava a lei dos danos, ou dinamarqueses. Apenas em 1013, o domínio viking na Britânia seria completado. Canuto, o Grande (1016-1035), transformaria a região em base do império marítimo viking. Converteu-se ao cristianismo e dividiu o reino entre os companheiros; mas não tomou as saxões o que lhes pertencia. Pôs fim ainda à centralização governamental, criando os ducados, confiados tanto a danos quanto a saxões.



Texto retirado de: José Jobson de A. Arruda e Nelson Piletti.
Toda a História – História Geral e História do Brasil. Ed. Ática. Págs. 99 e 100 

EXERCÍCIOS

1- Quais fatores contribuíram para o enfraquecimento do Reino dos Vândalos?
2- Qual foi o principal problema enfrentado pelo Reino dos Ostrogodos?
3- Cite as principais medidas tomadas por Teodorico em seu governo.
4- O que foi a heptarquia juto-anglo-saxônica?
5- O Reino dos Visigodos se converteu ao cristianismo e adotou características dessa religião. A Igreja Católica conseguiu impor seu poder na região? O que aconteceu?


Entregar dia 14/03/2014  no papel A4 ou almaço