terça-feira, 22 de abril de 2014

PRÉ-HISTÓRIA - 6º ANO - WIENKE

  Pré-História

  Quando falamos das primeiras sociedades humanas, geralmente utilizamos um termo carregado de preconceito: Pré-História. Devido ao eurocentrismo presente na historiografia, acabamos reproduzindo esse posicionamento ideológico (e nos dias de hoje tão obsoleto) dos historiadores positivistas do século XIX e XX. Para compreendermos esse período tão distante devemos analisar e questionar aquelas conhecidas periodizações históricas. Essas periodizações estão de acordo com o ponto de vista de quem as elaborou. Os historiadores europeus davam maior importância às fontes escritas e aos fatos políticos, além disso, muitas vezes reproduzimos um ponto de vista como se fosse "verdade absoluta" e não abrimos espaço para questionamentos ou outra visão de um acontecimento. É a chamada "versão do conquistador". Devido a importância das fontes escritas, todo o período anterior à invenção da escrita (por volta de 4.000 a.C.) foi chamada de Pré-história.


Essa periodização é criticada por ter sido elaborada com base no estudo de apenas algumas regiões e acontecimentos da Europa, do Oriente Médio e do norte da África. Além disso, ela adota certos fatos como marcos dos períodos, dando a errônea impressão de as mudanças históricas, que em geral fazem parte de um processo longo, gradativo e não universal, acontecem repentinamente.
Vale lembrar também que, os historiadores europeus acabaram "excluindo" toda a história das sociedades humanas que não utilizam a escrita, como se eles não fizessem história. Ora, o ser humano é acima de tudo um ser histórica, a história está em toda parte e em diversas representações. Os povos que não utilizavam escrita, chamados ágrafos, utilizavam várias formas e fontes para transmitir conhecimento, cultura entre outras coisas.
Hoje os historiadores (e demais pesquisadores, como palentologos, arqueólogos) utilizam vários documentos para estudar e compreender os acontecimentos do passado.Esses documentos são chamados de fontes históricas e se dividem em 2 categorias:

* Fontes primárias ou fontes diretas: são os documentos originais, produzidos na própria época histórica que está sendo estudada.
* Fontes secundárias ou fontes indiretas: são as fontes produzidas em períodos posteriores à época que está sendo estudada, utilizando-se informações obtidas por meio das fontes primárias.

A Pré-história é então, caracterizada pela falta de fontes escritas e por um longo período com diversas transformações para a sociedade humana. Vale lembrar que o ser humano também passou por diversas transformações ao longo do tempo. Charles Darwin em sua teoria da Evolução das Espécies propôs uma nova ideia em relação à teoria criacionista tão difundida, de que mudanças naturais ocorridas ao longo de milhares de anos em cada espécie poderiam torná-las mais bem adaptadas (ou não) na luta pela sobrevivência. Essa teoria serviu para explicar a origem e o desenvolvimento da vida na Terra.

Divisão da Pré-História:
Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada (85.000.000 a.C.  a 10.000 a. C.)
Neolítico ou Idade da Pedra Polida (10.000 a. C.  a 5.000 a. C.)
Idade dos Metais (5.000 a. C. a 4000 a. C.)

A Revolução Neolítica

Durante todo esse período pré-histórico, os hominídeos evoluíram de uma forma lenta e gradual. Acompanhado desse desenvolvimento da espécie humana, os hominídeos criavam novas ferramentas que facilitavam sua vida e existência. Durante o período neolítico, houve mudanças significativas que alteraram a vida desses homens. O início da agricultura e cultivo de raízes selvagens marca o fim da característica nômade e o início da sedentarização, pois agora esse homem que antes só desenvolvia atividade de caça e coleta, saber plantar e pode fixar moradia. Outra característica dessa sedentarização é a presença de necrópoles, ou seja, é possível relacionar o hábito de enterrar os mortos com as a religiosidade desses homens. Com suas técnicas de agricultura, o domínio do fogo, a fundição de metais e a domesticação dos animais;os homo sapiens sapiens conseguem controlar a produção de alimentos, e sua economia de subsistência é capaz de produzir alimentos que não só atingem a demanda, mas produtos excedentes que foram estocados e comercializados. Dessa forma, há um crescimento populacional e as poucas pessoas que viviam em comunidade, agora estão constituindo as primeiras aldeias e vilas. Surge então a necessidade de transmitir conhecimento, valores, hábitos, costumes e tradições que vão constituir a cultura dessas sociedades. O fato de viverem em conjunto faz surgir a necessidade de controlar a produção agrícola e a observação dos astros e da natureza vão contribuir para a organização dos primeiros calendários. Essas aldeias em crescimento populacional necessitam de obras de infraestrutura, principalmente relacionadas à agricultura. A proteção dessas aldeias e as obras de infraestrutura são assuntos que poucas pessoas (as mais ricas e que possuíam o maior número de terras) vão se preocupar e ter condições de administrar. É dessa forma que surge o Estado, e as primeiras desigualdades socioeconômicas, com a privatização de terras concentradas nas mãos de poucas pessoas. Vale lembrar que esse estado monárquico adquire características religiosas também.
                                         
                                                                                        Por Dennys Stefanini
                                   Graduado em História

EXERCÍCIOS

1- A Pré-história é caracterizada pelo desenvolvimento das primeiras sociedades humanas. Como os historiadores do século XIX "excluíram" essas sociedades da História?

2- O que povos ágrafos?

3- Qual é a diferença entre fontes primárias e fontes secundárias?

4- Explique como ocorreu o início do sedentarismo.

5- Como o desenvolvimento da agricultura foi responsável pelo crescimento populacional?




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OS NOVOS REINOS DO OCIDENTE - 7º ANO - WIENKE

OS NOVOS REINOS DO OCIDENTE

Desde o começo do século II, as fronteiras do Império Romano começaram a ser pressionadas pelos povos germânicos. A pressão se intensificou, entretanto, a partir do século IV, quando a crise econômica deixou o Império enfraquecido e sem condições para proteger suas fronteiras.
Uma das soluções encontradas foi consolidar a aliança com os invasores: em troca do consentimento para se fixarem em território romano, eles deveriam proteger as fronteiras contra o ataque de novos inimigos, o que nem sempre era possível. Aos poucos, se formaram novos reinos nas áreas ocupadas. Cada qual reunia em sua base social, política e econômica, hábitos dos povos invasores e dos romanos. O mapa político da Europa começava a ser redesenhado.
Entre os novos reinos formados em território romano, merecem destaque os dos:

·         *Vândalos, no norte da África;
·         * Ostrogodos, na península Itálica;
·         * Visigodos, na península Ibérica;
·         *Anglo-saxões, na Britânia (atual Inglaterra);
·         * Francos, na Europa centro-ocidental (atual França).



A seguir, examinaremos a formação de alguns desses reinos. 

Vândalos (429-534)

Em 429, depois de se fixarem no norte da África, os vândalos tomaram Cartago. Reconhecidos como aliados pelos romanos, puderam então organizar seu reino. Genserico, rei dos vândalos, formou então um Estado poderoso. Ocupou a Córsega, a Sardenha e parte da Sicília. Em 455, saqueou Roma.
Divergências políticas e religiosas levariam o Reino dos Vândalos à decadência. Envolvidos em diversos conflitos, acabaram conquistados pelo general Belisário, entre 534 e535. O domínio bizantino durou pouco. Logo em seguida os muçulmanos tomariam a região.

Ostrogodos (493-553)

Em 493, os ostrogodos se estabeleceram na península Itálica. A ocupação teve o apoio do imperador bizantino, que desejava expulsar da região os hérulos, povo responsável pela deposição de Rômulo Augústulo, último imperador romano no Ocidente.
Sob o comando de Teodorico, os ostrogodos procuraram formar um reino duradouro, com sede na cidade de Ravena. Para isso, mantiveram a estrutura administrativa dos romanos e estimularam a agricultura e o comércio.
Um dos maiores problemas do reino foi a oposição religiosa entre ostrogodos (arianos) e romanos (cristãos). Teodorico tentou conciliar os dois povos, mas proibiu o casamento entre eles.
Procurando controlar toda a península Itálica, Teodorico formou uma confederação germânica contra o Império Bizantino. A tentativa, entretanto, fracassou e a península foi retomada pelos bizantinos, com a ajuda dos lombardos. Em 553, sem conseguir resistir, o Reino dos Ostrogodos chegou ao fim.

Visigodos (419-711)

Em 419, os visigodos formaram seu reino no sul da Gália e na península Ibérica. Aliados do Império Romano, eles não pagavam impostos, mas tinham a obrigação de proteger a região. Ao enfrentar diversos conflitos, seus domínios acabaram reduzidos: foram, primeiro, derrotados pelos francos e expulsos da Gália; na península Ibérica, parte do território acabou ocupado pelos suevos e pelos bizantinos.
Com a conversão do rei Recaredo I ao catolicismo, a Igreja começou a exercer grande influência no modo de vida dos visigodos, que passaram a adotar uma política de integração com as populações locais.
Em 711, os árabes ocuparam quase toda a península Ibérica e os visigodos tiveram que se refugiar nas regiões montanhosas das Astúrias. Séculos mais tarde, partiriam daí para reconquistar o antigo território. A península Ibérica, com o desmembramento do Islão, a partir de 756, tornou-se califado independente, com sede em Córdoba.

Anglo-saxões (450-1035)

A conquista da Britânia (Bretanha) pelos romanos, iniciada na época de Júlio César, só se completou no século I depois de Cristo. O imperador Adriano construiu uma muralha para defender as terras romanizadas – e ocupadas pelos bretões (celtas romanizados) – contra os ataques dos pictos e dos escotos, povos celtas que viviam no norte da Britânia.
Com a invasão da Europa ocidental pelos visigodos, as tropas romanas se retiraram e os bretões se aliaram aos anglos, saxões e jutos (povos germânicos habitantes da Jutlândia). Dessa união, surgiram sete reinos, a heptarquia juto-anglo-saxônica.
Em 866, os vikings, povos de origem escandinava, tomaram Londres. Com a expansão da conquista, constituíram o Danelag, área onde predominava a lei dos danos, ou dinamarqueses. Apenas em 1013, o domínio viking na Britânia seria completado. Canuto, o Grande (1016-1035), transformaria a região em base do império marítimo viking. Converteu-se ao cristianismo e dividiu o reino entre os companheiros; mas não tomou as saxões o que lhes pertencia. Pôs fim ainda à centralização governamental, criando os ducados, confiados tanto a danos quanto a saxões.



Texto retirado de: José Jobson de A. Arruda e Nelson Piletti.
Toda a História – História Geral e História do Brasil. Ed. Ática. Págs. 99 e 100 

EXERCÍCIOS

1- Quais fatores contribuíram para o enfraquecimento do Reino dos Vândalos?
2- Qual foi o principal problema enfrentado pelo Reino dos Ostrogodos?
3- Cite as principais medidas tomadas por Teodorico em seu governo.
4- O que foi a heptarquia juto-anglo-saxônica?
5- O Reino dos Visigodos se converteu ao cristianismo e adotou características dessa religião. A Igreja Católica conseguiu impor seu poder na região? O que aconteceu?


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O SALDO DA UNIÃO IBÉRICA E A GUERRA DOS MASCATES - 8º ANO - WIENKE



O saldo da União Ibérica e a Guerra dos Mascates - 8º ANO – Wienke Educacional

Declínio Econômico – O saldo da União Ibérica

Durante o período em que esteve submetido à dominação espanhola, Portugal – que dependia em grande medida do comércio colonial – acabou perdendo parte de suas colônias para holandeses, franceses e ingleses. Isso, somado a todas as guerras que teve que enfrentar contra espanhóis e holandeses e à queda dos preços do açúcar no mercado internacional, conduziu o país a uma grave crise econômica.
Procurando solucionar essa crise, o governo português recorreu à Inglaterra e assinou diversos tratados, a fim de dinamizar de imediato a economia do país, principalmente por meio de empréstimos. Além disso, adotou uma política rigorosa em relação ao Brasil, uma das poucas colônias que ainda lhe restavam.

Tratados econômicos entre Portugal e Espanha

Pelos tratados assinados com o governo da Inglaterra, os soberanos de Portugal receberiam proteção político-militar, e os comerciantes portugueses poderiam comprar produtos manufaturados daquele país em troca de vantagens comerciais concedidas aos ingleses.
Entre esses tratados, destaca-se o de Metheun, de 1703 (também conhecido como Tratado dos Panos e Vinhos), pelo qual o rei de Portugal se comprometia a admitir em seu reino os tecidos de lã fabricados na Inglaterra, que, em troca, compraria os vinhos portugueses.
Na época, a assinatura desse tratado satisfez aos interesses de grupos econômicos de ambos os lados, mas suas consequências foram desastrosas para Portugal: contribuiu para a estagnação da produção manufatureira portuguesa e levou à canalização de parte do ouro do Brasil para a Inglaterra.

Concorrência do açúcar antilhano

Mergulhado na crise econômica, o governo português procurou explorar ao máximo as riquezas do Brasil, com destaque para o açúcar. Mas um fato novo veio atrapalhar os planos portugueses.
Expulsos do Brasil, os holandeses levaram mudas de cana-de-açúcar para as Antilhas e passaram a produzir, eles próprios, o açúcar, acabando com o monopólio brasileiro de sua produção.
Essa concorrência antilhana provocou queda de 50% nos preços do açúcar brasileiro, nos mercados internacionais, entre 1650 e 1700. A empresa açucareira nordestina entrou, então, em declínio, passando por um período de readaptação, em busca de aprimoramentos técnicos tanto no sistema de produção como de mão de obra. Apesar dos esforços, foi somente no final do século XVIII que o açúcar brasileiro recuperou parte da importância que tivera antes no comércio mundial do produto.

Guerra dos Mascates (1710)

Devido à queda do preço do açúcar no mercado europeu, causada pela concorrência do açúcar antilhano, os ricos senhores de engenho de Olinda, principal cidade de Pernambuco na época, viram-se em dificuldades financeiras. Começaram então, a pedir empréstimos aos comerciantes do povoado do Recife, que cobravam juros bastante elevados.
Isso fez com que os senhores de engenho (em geral, luso-brasileiros) ficassem cada vez mais endividados, enquanto os comerciantes de Recife (em geral, portugueses) enriqueciam. Por isso, surgiram hostilidades entre eles.
Os comerciantes portugueses, inclusive os mais importantes atacadistas, eram conhecidos como mascates, expressão de cunho pejorativo, aplicada pela aristocracia olindense.
Convencido de sua relevância social, esse grupo pediu ao rei de Portugal, D. João V, que seu povoado fosse elevado à categoria de vila. Queriam, dessa forma, ver Recife independente de Olinda e, assim, não ter de pagar impostos ou submeter-se às suas ordens. D. João V atendeu ao pedido dos comerciantes.
Não aceitando a decisão do rei, os senhores de engenho organizaram uma rebelião. Liderados pelo proprietário de engenho Bernardo Vieira de Melo, invadiram Recife. Sem condições de resistir, os comerciantes mais ricos fugiram para não ser capturados. Esse confronto ficou conhecido como Guerra dos Mascates.
Em 1711, o governo português interveio na região, reprimindo duramente os revoltosos. Bernardo Vieira de Melo e outros líderes foram presos e condenados ao exílio. Os mascates reassumiram suas posições.

EXERCÍCIOS

1-      Quais foram as causas da crise econômica portuguesa ao final da União Ibérica?
2-      Cite as soluções encontradas por Portugal para sair da crise.
3-      Que consequências essa crise trouxe para o Brasil?
4-      Por que o Tratado de Methuen (1703), assinado por Portugal e Inglaterra, acabou prejudicando a economia portuguesa?
5-      Que relação se pode estabelecer entre a concorrência do açúcar antilhano e a Guerra dos Mascates?

Texto extraído do livro História Global – Brasil e Geral volume 2. Páginas 59-60.

COTRIM, Gilberto
História Global: Brasil e Geral : volume 2 / Gilberto Cotrim – 1. Ed.
São Paulo : Saraiva, 2010

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terça-feira, 1 de abril de 2014

RESUMO SOBRE INDUSTRIALIZAÇÃO E IMPERIALISMO - 9º C e 3º ANO ENSINO MÉDIO - JOAQUIM ADOLFO

Imperialismo é a prática de ocupação, dominação política, econômica, militar e cultural que um país exerce sobre outro.


FIM DO SÉCULO XIX: O progresso das indústrias gera desenvolvimento tecnológico nos setores dos transportes e comunicação.
* Descoberta de novas fontes de energia (petróleo, carvão mineral)  facilitam e impulsionam o setor fabril.
* O crescimento industrial traz como consequência uma acirrada disputa de mercados, onde o Estado tem o papel de proteger os investimentos da burguesia capitalista, ou seja, os governos das potências européias adotam políticas econômicas contrárias ao Liberalismo (Estado Mínimo), e interferem para frear as importações de produtos industrializados nos seus países, utilizando tarifas e barreiras protecionistas, e dessa forma alteram positivamente suas balanças comerciais (exportam mais e importam menos).
                                               
                                          INTERFERÊNCIA ESTATAL NA ECONOMIA

- barreiras protecionistas, sanções e embargos econômicos
- ao mesmo tempo promove o liberalismo
- a burguesia industrial trava uma guerra contra ela mesma, pois cada país enfrenta o outro economicamente, e essa disputa acirrada por mercados gera um nacionalismo exaltado, com a contribuição de uma imprensa sensacionalista
- capitalismo selvagem: as maiores empresas capitalistas começam a se organizar em trustes, cartéis e holdings, baixam seus preços até quebrarem empresas menores

* Nesse cenário, surge a necessidade de:
- colonizar (expropriar, explorar)
- abrir novos mercados consumidores, para escoar a produção industrial
- garantir por preços baixos: matérias-primas, fontes de energia e mão-de-obra barata
- deixar a balança comercial positiva: aumentar os fluxos de exportações e dificultar a entrada de produtos. Nesse caso, os avanços tecnológicos e a infra-estrutura das malhas ferroviárias ganham grande importância.

* Onde colonizar? (Neocolonialismo)

* Como a África era um continente politicamente frágil e rico em recursos minerais, as potências européias voltaram seus olhos para o continente africano. O rei Leopoldo I da Bélgica fez da região central da África, no Congo, seu território particular, onde explorava, torturava e exterminava milhões de nativos, utilizados como mão-de-obra escrava para retirar riquezas incalculáveis em borracha, marfim, ouro, etc.
* Vale lembrar que parte do continente africano já havia sido colonizado no século XV pelos portugueses e espanhóis (período conhecido como Colonialismo).
* Inglaterra e França são as principais potências industrializadas da Europa. A Alemanha e a Itália seguem atrás devido aos seus tardios processos de unificação territorial.
* Os europeus criam teorias para justificar a colonização: uns afirmam que a desigualdade dos homens e das raças é algo irrevogável, outros criam teorias racistas dizendo que os europeus são superiores aos negros e asiáticos, que são primitivos e atrasados, e cabia aos europeus o papel de levar a "civilização" para os africanos e asiáticos.
* Importante ressaltar que os europeus levaram ódio, guerra, morte e doenças para a África. Exploraram, mataram, roubaram o povo e as riquezas do continente africano. O mesmo aconteceu na Ásia.
* Os avanços tecnológicos, sobretudo as armas, facilitaram essa dominação imposta.
* Em 1885 acontece a Conferência de Berlim, onde as potências industriais européias dividem a África entre elas, sem o consentimento dos povos africanos e sem respeitar a pluralidade étnica ali existente. Ainda hoje, existem regiões da África em conflitos bélicos internos, com gigantescos problemas estruturais, fragilidade e instabilidade política devido à prática imperialista dos países europeus.
* Nesse Congresso, a Inglaterra (Rodésia, União Sul-Africana, Nigéria, Costa do Ouro, e Serra Leoa) e a França ( Argélia, Tunísia, África Equatorial, Costa da Somália, Madagascar) ficam com grande parte do continente africano, a Bélgica fica com o Congo Belga, as colônias portuguesas e espanholas são mantidas e a Itália (Líbia, Eritréia e Litoral da Somália) e a Alemanha (Camarões, Sudoeste Africano e África Oriental) adquirem algumas colônias.
* Na Ásia, a Inglaterra conquista através de duas guerras o território da Índia. Os ingleses haviam tomado a Índia dos franceses em 1763, ficando uma companhia inglesa encarregada da exploração. Em 1858, com a Revolta dos Cipaios (nativos que serviam nos exércitos coloniais) prontamente reprimida, a Índia passou a integrar o Império Britânico.
* Na China, a Guerra do Ópio (1840-1842), provocada pela destruição de carregamentos de ópio, permitiu a conquista de Hong-Kong e de outros portos, principalmente Xangai e Nanquim. Outras expedições militares foram organizadas a pretexto de punir os chineses pela morte de missionários e novos portos foram abertos. A reação contra a invasão da China partiu de uma associação secreta (Sociedade dos Boxers) que promovia atentados contra os estrangeiros residentes em terras chinesas. As nações européias organizaram uma expedição conjunta para punir essa sociedade e o governo chinês, que a apoiava; nasceu daí a Guerra dos Boxers, depois da qual a China ficou inteiramente dominada pelas potências ocidentais.
* Os japoneses (também industrializados) ocuparam a Coréia, os alemães a Península de Shantung e os franceses a Indochina. Os Estados Unidos estabeleceram um protetorado no Havaí e ocuparam Pearl Harbor. Em 1898 anexaram definitivamente o Havaí, Guam, as Ilhas Marianas e as Filipinas. Na América ocuparam Porto Rico e após a guerra com a Espanha, estabeleceram um protetorado em Cuba.

                                                                           Por Dennys Oliveira Stefanini
    "Onde colonizar? (Neocolonianismo)" retirados de  ARRUDA, José Jobson de A.História Moderna e Contemporânea. Ática. pag. 200

RENASCIMENTO CULTURAL - 2º B e C - JOAQUIM ADOLFO




O espírito do Renascimento

      Francesco Petrarca nasceu em 1304, na cidade de Arezzo, na península Itálica, e foi um dos principais precursores do Renascimento. Admirador da cultura greco-romana, alimentava críticas profundas ao pensamento religioso, predominante em sua época. Foi o primeiro a denominar a Idade Média um período de trevas, envolto pelos dogmas da Igreja Católica. A seguir, transcrevemos o fragmento de uma carta escrita por Petrarca.

      “Pedis-me... que vos empreste, se, como pensais, o comprei, o livro de Homero que estava à venda em Pádua, pois que, dizeis, eu tenho de há muito um outro exemplar, a fim de que o nosso amigo Leão o traduza do grego ao latim para vós e outros nossos compatriotas estudiosos. Vi esse livro, mas não o comprei porque me pareceu inferior ao meu. Poder-se-ia facilmente obtê-lo por intermédio da pessoa que me proporcionou a amizade de Leão... De fato, sempre fui apaixonado por essa tradução em particular e pela literatura grega em geral, e, se a sorte, invejando os meus primeiros passos, me não tivesse arrebatado, pela morte, o meu excelente mestre, talvez eu fosse hoje alguma coisa mais que um grego que ficou no alfabeto”.

Leonardo Da Vinci

"Já fiz planos de pontes muito leves (...). Conheço os meios de destruir seja que castelo for (...). Sei construir bombardas fáceis de deslocar, carros cobertos, inatacáveis e seguros, armados com canhões. Estou (...) em  condições de competir com qualquer outro arquiteto, tanto para construir edifícios públicos ou privados como para conduzir água de um lugar para outro. E, em trabalhos de pintura ou na lavra do mármore, do metal ou da argila, farei obras que seguramente suportarão o confronto com as de qualquer outro, seja ele quem for."

[Leonardo da Vinci (retirado de Jean Delumeau, A CIVILIZAÇÃO DO RENASCIMENTO, Lisboa, Editorial Estampa, 1984, vol. 1, p. 154)]

O texto  lido é parte da carta com que Leonardo da Vinci, em 1482, pedia emprego na corte de Ludovico, o Mouro. 

 Elogio da Loucura (Erasmo de Roterdã)

Uma das sátiras mais brilhantes da história da literatura foi escrito por Desidério Erasmo, humanista holandês, no curto espaço de sete dias, quando de uma visita a sua amigo Sir Thomas More, na Inglaterra. O próprio título latino da obra é um trocadilho com o nome de More (Moriae). Erasmo, O Voltaire do século XVI, dominou o ambiente intelectual de sua época; de toda sua volumosa obra, porém, apenas o Elogio da Loucura escapou à obscuridade e ao esquecimento. Um notável historiador americano, Preserved Smith, caracterizou o livro como um inteligente sermão, uma sátira honesta, uma brincadeira com um objetivo ético.

Erasmo já demonstra tom satírico ao explicar o motivo que o levou a
escrever o livro:

"Já que a raça humana insiste em ser completamente louca - já que todas as pessoas, do Papa ao mais humilde pároco da aldeia - do mais rico dos homens ao mais miserável dos mendigos - da honrada dama em suas sedas e cetins à mulher vulgar em seu vestido de chita - já que todos se decidiram firmemente a não usar o cérebro que Deus lhes deu, mas insistem em se deixar guiar inteiramente pela ambição, vaidade, ignorância, porque, em nome de uma divindade racional, deveriam as poucas pessoas realmente inteligentes perder seu tempo e esforço, tentando mudar o gênero humano, transformando-o em algo que ele jamais desejou ser? Deixemo-lo viver feliz em suas loucuras. Não o privemos daquilo que, lhe dá maior prazer - seu infinito poder de se tornar ridículo."

No Elogio da Loucura, Erasmo argumenta que são os desejos tolos e irracionais que fazem girar o mundo. O livro todo é escrito em forma de discurso ou declamação, posta em boca da Loucura, a uma audiência imaginária composta de homens de todas as classes e condições. Usando uma beca, mas com um barrete de bobo na cabeça, a Loucura sobe ao púlpito, seguida por seus ajudantes: o Amor-Próprio, o Esquecimento, a Preguiça, o Prazer, a Sensualidade, o Sono Profundo, a Intemperança e a Demência. A Loucura nos conta que é filha de Plutão e de uma encantadora criatura chamada Juventude, e fora criada por duas ninfas sedutoras: Embriaguez, filha de Baco, e Ignorância, filha de Pã. Na violenta sátira que se segue, Erasmo, falando através da loucura, ridiculariza praticamente todas as instituições, costumes, homens e crenças de seu tempo, inclusive o casamento, a guerra, o nacionalismo, os advogados, cientistas, acadêmicos, teólogos, soberanos e papas.

“Aconselho-te, meu filho, a que empregues a tua juventude em tirar bom proveito dos estudos e das virtudes. (...) quero que aprendas as línguas perfeitamente: primeiro a grega (...), em segundo lugar a latina, e depois a hebraica para as santas letras (...), e igualmente a caldaica e arábica (...); que não exista história que não tenhas presente na memória (...). Das artes liberais (...) dei-te algum gosto, quando ainda eras pequeno, na idade de cinco a seis anos; continua o resto (...). Do direito civil quero que saibas de cor os belos textos e que (...) compares com filosofia.
Quanto ao conhecimento das coisas da natureza, quero que a isso te entregues curiosamente, que não haja mar, rio nem fonte que tu não conheças os peixes; todas as aves do ar, todas as árvores e arbustos frutíferos das florestas, todas as ervas da terra, todos os metais escondidos no ventre dos abismos, as pedrarias de todo o Oriente (...), que nada disso te seja desconhecido.
Depois, cuidadosamente, revisita os livros dos médicos gregos, árabes e latinos, sem desprezar os talmudistas e cabalistas, e por frequentes anatomias (...) adquire perfeito conhecimento do (...) homem.”
 (RABELAIS,  François. Gargantua e Pantagruel. 1532.)  


Nos trechos, estão alguns dos elementos principais que caracterizam o Renascimento como movimento cultural.

a) Identifique três desses elementos.
b) Como se dava o patrocínio dos artistas e técnicos do Renascimento?
c) Considerando os textos acima, disserte (mínimo de 15 linhas) sobre as principais características do Renascimento Cultural nos campos da literatura, ciência e pinturas; analisando as mudanças na mentalidade medieval, da “Cristandade do medo” à mentalidade antropocêntrica. (mínimo de 10 linhas)

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