segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O SALDO DA UNIÃO IBÉRICA E A GUERRA DOS MASCATES - 7ªs SÉRIES A,B e C - ZENAIDE LOPES

O saldo da União Ibérica e a Guerra dos Mascates

Declínio Econômico – O saldo da União Ibérica

Durante o período em que esteve submetido à dominação espanhola, Portugal – que dependia em grande medida do comércio colonial – acabou perdendo parte de suas colônias para holandeses, franceses e ingleses. Isso, somado a todas as guerras que teve que enfrentar contra espanhóis e holandeses e à queda dos preços do açúcar no mercado internacional, conduziu o país a uma grave crise econômica.






Procurando solucionar essa crise, o governo português recorreu à Inglaterra e assinou diversos tratados, a fim de dinamizar de imediato a economia do país, principalmente por meio de empréstimos. Além disso, adotou uma política rigorosa em relação ao Brasil, uma das poucas colônias que ainda lhe restavam.

Tratados econômicos entre Portugal e Espanha

Pelos tratados assinados com o governo da Inglaterra, os soberanos de Portugal receberiam proteção político-militar, e os comerciantes portugueses poderiam comprar produtos manufaturados daquele país em troca de vantagens comerciais concedidas aos ingleses.
Entre esses tratados, destaca-se o de Metheun, de 1703 (também conhecido como Tratado dos Panos e Vinhos), pelo qual o rei de Portugal se comprometia a admitir em seu reino os tecidos de lã fabricados na Inglaterra, que, em troca, compraria os vinhos portugueses.
Na época, a assinatura desse tratado satisfez aos interesses de grupos econômicos de ambos os lados, mas suas consequências foram desastrosas para Portugal: contribuiu para a estagnação da produção manufatureira portuguesa e levou à canalização de parte do ouro do Brasil para a Inglaterra.

Concorrência do açúcar antilhano

Mergulhado na crise econômica, o governo português procurou explorar ao máximo as riquezas do Brasil, com destaque para o açúcar. Mas um fato novo veio atrapalhar os planos portugueses.
Expulsos do Brasil, os holandeses levaram mudas de cana-de-açúcar para as Antilhas e passaram a produzir, eles próprios, o açúcar, acabando com o monopólio brasileiro de sua produção.
Essa concorrência antilhana provocou queda de 50% nos preços do açúcar brasileiro, nos mercados internacionais, entre 1650 e 1700. A empresa açucareira nordestina entrou, então, em declínio, passando por um período de readaptação, em busca de aprimoramentos técnicos tanto no sistema de produção como de mão de obra. Apesar dos esforços, foi somente no final do século XVIII que o açúcar brasileiro recuperou parte da importância que tivera antes no comércio mundial do produto.

Guerra dos Mascates (1710)

Devido à queda do preço do açúcar no mercado europeu, causada pela concorrência do açúcar antilhano, os ricos senhores de engenho de Olinda, principal cidade de Pernambuco na época, viram-se em dificuldades financeiras. Começaram então, a pedir empréstimos aos comerciantes do povoado do Recife, que cobravam juros bastante elevados.
Isso fez com que os senhores de engenho (em geral, luso-brasileiros) ficassem cada vez mais endividados, enquanto os comerciantes de Recife (em geral, portugueses) enriqueciam. Por isso, surgiram hostilidades entre eles.
Os comerciantes portugueses, inclusive os mais importantes atacadistas, eram conhecidos como mascates, expressão de cunho pejorativo, aplicada pela aristocracia olindense.
Convencido de sua relevância social, esse grupo pediu ao rei de Portugal, D. João V, que seu povoado fosse elevado à categoria de vila. Queriam, dessa forma, ver Recife independente de Olinda e, assim, não ter de pagar impostos ou submeter-se às suas ordens. D. João V atendeu ao pedido dos comerciantes.
Não aceitando a decisão do rei, os senhores de engenho organizaram uma rebelião. Liderados pelo proprietário de engenho Bernardo Vieira de Melo, invadiram Recife. Sem condições de resistir, os comerciantes mais ricos fugiram para não ser capturados. Esse confronto ficou conhecido como Guerra dos Mascates.
Em 1711, o governo português interveio na região, reprimindo duramente os revoltosos. Bernardo Vieira de Melo e outros líderes foram presos e condenados ao exílio. Os mascates reassumiram suas posições.

EXERCÍCIOS

1-     Quais foram as causas da crise econômica portuguesa ao final da União Ibérica? 
2-     Cite as soluções encontradas por Portugal para sair da crise.
3-     Que consequências essa crise trouxe para o Brasil?
4-     Por que o Tratado de Methuen (1703), assinado por Portugal e Inglaterra, acabou prejudicando a economia portuguesa? 
5-     Que relação se pode estabelecer entre a concorrência do açúcar antilhano e a Guerra dos Mascates?

Texto extraído do livro História Global – Brasil e Geral volume 2. Páginas 59-60.
COTRIM, Gilberto
História Global: Brasil e Geral : volume 2 / Gilberto Cotrim – 1. Ed.
São Paulo : Saraiva, 2010
Manuscrito na folha de almaço. Data de entrega: 24/09

TRABALHO - PESTE NEGRA - 7ºs ANOS A, B e C - ZENAIDE LOPES

Os alunos que não fizeram a redação sobre a Peste Negra, realizarão esse trabalho.
Assista o Documentário sobre a Peste Negra:



Atividade



Em Avignon, na França, vivia Guy de Chauliac, o mais famoso cirurgião dessa época, médico do Papa Clemente VI. Chauliac sobreviveu à peste e deixou o seguinte relato:

"A grande mortandade teve início em Avignon em janeiro de 1348. A epidemia se apresentou de duas maneiras. Nos primeiros dois meses manifestava-se com febre e expectoração sanguinolenta e os doentes morriam em 3 dias; decorrido esse tempo manifestou-se com febre contínua e inchação nas axilas e nas virilhas e os doentes morriam em 5 dias. Era tão contagiosa que se propagava rapidamente de uma pessoa a outra; o pai não ia ver seu filho nem o filho a seu pai; a caridade desaparecera por completo". E continua: "Não se sabia qual a causa desta grande mortandade. Em alguns lugares pensava-se que os judeus haviam envenenado o mundo e por isso os mataram".

Outro relato sobre a Peste Negra:

"Em breve os homens se odiavam tanto que se um filho fosse atacado pela doença seu pai não cuidaria dele. Se, apesar de tudo, ele ousasse se aproximar também se contaminaria e estaria marcado para morrer em três dias. E isso não era tudo, todos aqueles habitando a mesma casa que ele o seguiriam à morte. Conforme o número de mortes crescia em Messina muitos desejavam confessar seus pecados aos padres e expressar seus últimos desejos colocando-os em seus testamentos. Mas eclesiásticos, advogados se recusavam a entrar nas casas dos doentes. Mas se algum deles colocasse um pé dentro da casa do doente ele era imediatamente abandonado para a morte súbita. Freiras, Dominicanos e membros de outras ordens que ouviam as confissões dos moribundos eram logo subjugados pela morte tão rapidamente que alguns nem chegavam a abandonar o quarto do doente. Logo os corpos estavam largados pelas casas. Nenhum eclesiástico, nenhum filho, nenhum pai e nenhum parente ousava entrar, mas pagavam serventes altas taxas para enterrar os mortos. Mas as casas dos mortos permaneciam abertas, com todos os seus pertences, joias e ouro e todo aquele que decidisse entrar para reclamá-las o fazia sem encontrar obstáculos, pois a praga atacava com tanta veemência que em pouco tempo havia uma falta de serventes e finalmente não havia nenhum”.

Elabore um texto analisando o contexto histórico, as condições de saneamento básico e os aspectos sociais e culturais da Europa do século XIV. Seu texto deve conter informações sobre os flagelantes. Mínimo de 15 linhas. Manuscrito na folha de almaço. Data de entrega: 25/09. Individual.

Vocabulário

Subjugados Que foi dominado; que sofreu algum tipo de subjugação;
Que foi obrigado a fazer (alguma coisa); dominado.
Que foi alvo de conquista; conquistado.

Que foi morto.

Mortandade Grande massacre de pessoas e/ou animais; matança.
Número expressivo de mortes: mortandade de espécies raras.
Quantidade de pessoas que morrem numa determinada época; mortalidade.

Expectoração Ação ou efeito de expectorar.
Eliminação, através da tosse, das secreções produzidas nos brônquios ou nos pulmões.
Aquilo que é eliminado; escarro.

Sanguinolenta Que apresenta ou contém excesso de sangue; sangrento.
Que se tingiu de sangue; que está misturado com sangue.
Que sente contentamento ao ver derramamento de sangue; sanguinário.