O saldo
da União Ibérica e a Guerra dos Mascates - 8º ANO – Wienke Educacional
Declínio
Econômico – O saldo da União Ibérica
Durante o período em que esteve submetido à dominação
espanhola, Portugal – que dependia em grande medida do comércio colonial –
acabou perdendo parte de suas colônias para holandeses, franceses e ingleses.
Isso, somado a todas as guerras que teve que enfrentar contra espanhóis e
holandeses e à queda dos preços do açúcar no mercado internacional, conduziu o
país a uma grave crise econômica.
Procurando solucionar essa crise, o governo português
recorreu à Inglaterra e assinou diversos tratados, a fim de dinamizar de
imediato a economia do país, principalmente por meio de empréstimos. Além
disso, adotou uma política rigorosa em relação ao Brasil, uma das poucas
colônias que ainda lhe restavam.
Tratados
econômicos entre Portugal e Inglaterra
Pelos tratados assinados com o governo da Inglaterra, os
soberanos de Portugal receberiam proteção político-militar, e os comerciantes
portugueses poderiam comprar produtos manufaturados daquele país em troca de
vantagens comerciais concedidas aos ingleses.
Entre esses tratados, destaca-se o de Metheun, de 1703
(também conhecido como Tratado dos Panos e Vinhos), pelo qual o rei de Portugal
se comprometia a admitir em seu reino os tecidos de lã fabricados na
Inglaterra, que, em troca, compraria os vinhos portugueses.
Na época, a assinatura desse tratado satisfez aos interesses
de grupos econômicos de ambos os lados, mas suas consequências foram
desastrosas para Portugal: contribuiu para a estagnação da produção
manufatureira portuguesa e levou à canalização de parte do ouro do Brasil para
a Inglaterra.
Concorrência
do açúcar antilhano
Mergulhado na crise econômica, o governo português procurou
explorar ao máximo as riquezas do Brasil, com destaque para o açúcar. Mas um
fato novo veio atrapalhar os planos portugueses.
Expulsos do Brasil, os holandeses levaram mudas de
cana-de-açúcar para as Antilhas e passaram a produzir, eles próprios, o açúcar,
acabando com o monopólio brasileiro de sua produção.
Essa concorrência antilhana provocou queda de 50% nos preços
do açúcar brasileiro, nos mercados internacionais, entre 1650 e 1700. A empresa
açucareira nordestina entrou, então, em declínio, passando por um período de
readaptação, em busca de aprimoramentos técnicos tanto no sistema de produção
como de mão de obra. Apesar dos esforços, foi somente no final do século XVIII
que o açúcar brasileiro recuperou parte da importância que tivera antes no
comércio mundial do produto.
Guerra dos Mascates (1710)
Devido à queda do preço do açúcar no mercado europeu,
causada pela concorrência do açúcar antilhano, os ricos senhores de engenho de
Olinda, principal cidade de Pernambuco na época, viram-se em dificuldades
financeiras. Começaram então, a pedir empréstimos aos comerciantes do povoado
do Recife, que cobravam juros bastante elevados.
Isso fez com que os senhores de engenho (em geral,
luso-brasileiros) ficassem cada vez mais endividados, enquanto os comerciantes
de Recife (em geral, portugueses) enriqueciam. Por isso, surgiram hostilidades
entre eles.
Os comerciantes portugueses, inclusive os mais importantes
atacadistas, eram conhecidos como mascates, expressão de cunho pejorativo,
aplicada pela aristocracia olindense.
Convencido de sua relevância social, esse grupo pediu ao rei
de Portugal, D. João V, que seu povoado fosse elevado à categoria de vila.
Queriam, dessa forma, ver Recife independente de Olinda e, assim, não ter de
pagar impostos ou submeter-se às suas ordens. D. João V atendeu ao pedido dos
comerciantes.
Não aceitando a decisão do rei, os senhores de engenho
organizaram uma rebelião. Liderados pelo proprietário de engenho Bernardo
Vieira de Melo, invadiram Recife. Sem condições de resistir, os comerciantes
mais ricos fugiram para não ser capturados. Esse confronto ficou conhecido como
Guerra dos Mascates.
Em 1711, o governo português interveio na região, reprimindo
duramente os revoltosos. Bernardo Vieira de Melo e outros líderes foram presos
e condenados ao exílio. Os mascates reassumiram suas posições.
EXERCÍCIOS
2- Cite as soluções encontradas por Portugal para sair da crise.
3- Que
consequências essa crise trouxe para o Brasil?
4- Por que
o Tratado de Methuen (1703), assinado por Portugal e Inglaterra, acabou
prejudicando a economia portuguesa? 5- Que relação se pode estabelecer entre a concorrência do açúcar antilhano e a Guerra dos Mascates?
Texto
extraído do livro História Global – Brasil e Geral volume 2. Páginas 59-60.
COTRIM, Gilberto
São Paulo : Saraiva, 2010
Data de entrega: 26/04
No almaço (manuscrito) ou no papel A4 (digitado)
Não aceito cópias nas respostas (Ctrl C + Ctrl V)
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