REVOLUÇÃO
FRANCESA
Absolutismo: interesses do rei e da burguesia foram
colocados em acordo. O poder político estava concentrado nas mãos do rei e a
burguesia detinha o poder econômico.
Porém, com o tempo, esse sistema prejudicou os
interesses da burguesia, pois privilegiava somente uma pequena camada da
burguesia através dos monopólios e da política mercantilista, e este grupo
passa a reivindicar maior liberdade comercial e política.
A Revolução Industrial forneceu o modelo de economia
para o mundo contemporâneo. A Revolução Francesa forneceu os modelos políticos
e ideológicos, baseados nos ideais iluministas do século XVIII.
França do século XVIII:
- País mais populoso da Europa: de cada 5 europeus,
1 era francês.
- 90% da população eram camponeses e a economia do
país era agrária (mais da metade das propriedades agrícolas pertenciam à
nobreza), com uma pequena indústria têxtil e metalúrgica, fragilizada devido a
forte concorrência inglesa, o domínio das corporações de oficio e pelas
práticas mercantilistas, como o intervencionismo estatal na economia francesa
através do Tratado do Éden (semelhante ao Tratado de Methuen), do qual a França
fornecia vinho para a Inglaterra em troca de tecidos.
- Resquícios do feudalismo: sociedade estamental,
com deveres, direitos e privilégios distinguidos pelo nascimento.
* Primeiro Estado: constituído pelo clero, dividido
em alto clero: bispos, abades e cônegos saídos da nobreza e aliados a ela; e
baixo clero: padres e vigários pobres, saídos do campesinato ou da burguesia. O
clero (125 mil pessoas) não pagava impostos e recebia pagamentos de direitos
feudais em suas terras.
* Segundo Estado: constituído pela nobreza. Dividido
em nobreza cortesã, nobres que viviam no palácio real e recebiam pensões do rei
ou cargos militares; nobreza provincial, que vivia das rendas obtidas por suas
terras; e nobreza togada, antigos burgueses que haviam adquirido títulos de
nobreza e cargos na administração publica. Esse estado (375 mil pessoas) também
estava isento dos impostos.
* Terceiro Estado: restante da população: burgueses,
camponeses e os sans-cullottes – trabalhadores urbanos, operários e
desempregados marginalizados. Maioria esmagadora do povo francês (24,5 milhões
de pessoas), enquanto os outros dois estados, juntos, contavam com 500 mil
pessoas.
- Um sentimento comum unia o terceiro estado: o
descontentamento com a desigualdade socioeconômica, as terríveis condições de
vida, participação na vida política e diminuição da carga tributária.
A
crise econômica e o início da Revolução
- Grave crise econômica, devido às dificuldades já
citadas.
- Antigo império colonial havia diminuído devido às
sucessivas guerras que o país se envolveu. O envolvimento na guerra de
independência dos Estados Unidos agravou a crise.
- Secas e inundações prejudicaram as colheitas,
causando fome e revoltas camponesas, devidos aos pesados impostos.
- Alfandegas dentro da França prejudicavam o
desenvolvimento comercial, encareciam os produtos diminuindo as vendas.
- A França possuía uma corte gastadora e
parasitária, que esvaziou o Tesouro Público. A dívida externa ultrapassava os 5
bilhões de francos e o orçamento era muito baixo.
- Diversos ministros das finanças tentavam
inutilmente diminuir os impactos da crise e enfrentavam forte resistência do
clero, nobreza e das manufaturas reais. Era necessário selar o fim da isenção
tributária.
-
A Revolução Francesa pode ser dividida em três fases: Revolução burguesa ou
Assembleia, Radicalização burguesa ou Convenção Nacional e Fase da Consolidação
da burguesia no poder ou Diretório.
- Pressionado, o rei Luis XVI decide convocar a
Assembleia dos Estados Gerais – reunião dos representantes das três ordens
sociais – com a intenção de aumentar os impostos do Terceiro Estado. O sistema
de votação era feito em grupo, um jogo de cartas marcadas, pois o 1º e 2º
estados somavam 2 votos contra 1 voto do 3º estado.
- Porém, os representantes do Terceiro Estado
propunham a mudança do sistema de voto para o voto individual. Como isso não
foi aceito, o Terceiro Estado proclamou-se Assembleia Nacional Constituinte. O
rei tentou dissolver a Assembleia, mas o Terceiro Estado reuniu-se em um salão
de jogos, destinados a redigir uma nova Constituição para a França.
- O rei tentou usar a violência para reprimir os
burgueses, mas a população, com o apoio de parte do exército, tomou de assalto
a Bastilha, uma prisão de presos políticos no dia 14 de julho de 1789. Nos
campos, os camponeses invadiram castelos e assassinaram nobres e suas famílias
(Grande Medo).
A
Assembleia (1798/1792)
- Luis XVI aceitou a Assembleia Nacional
Constituinte e forçou a participação dos nobres e do clero. A Assembleia aboliu
os direitos feudais devidos à nobreza e ao clero. Foi promulgada a Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão, baseada nos ideais iluministas, na qual
ficavam assegurados o direito à liberdade de pensamento e opinião, à igualdade
de todos os cidadãos e à propriedade individual, entre outros. Em 1790, foi
promulgada a Constituição do Civil do Clero, e confiscadas as terras da Igreja,
a fim de reerguer a economia francesa, e o clero ficou submetido ao Estado. O
papa condenou essa ação, e houve um racha entre o clero.
- Parte desse clero se uniu aos nobres (emigrados)
que fugiram do país para organizar a contrarrevolução no exterior.
- A Constituição ficou pronta em 1791: uma Monarquia
Constitucional, dominada pela alta burguesia. Igualdade jurídica para todos os
cidadãos, liberdade de produção e circulação de mercadorias sem interferência
estatal, separação do Estado e da Igreja e a divisão dos 3 poderes:
* Executivo (rei)
* Legislativo (Assembleia Legislativa)
* Judiciário
- O voto era censitário, e excluiu grande parte da
população.
- Na Assembleia, os burgueses se dividiram em
facções:
* Girondinos (direita): da alta burguesia (região de
Gironda),
* Jacobinos (esquerda): da pequena e média
burguesia, além de defender os interesses dos sans-cullottes (se reuniam em um
convento jacobino de Paris)
* Pântano ou Planície: alta burguesia financeira,
também chamados de moderados – os feuillants e os cordeliers – camadas mais
pobres.
- O rei tentava reaver seu poder através do
Absolutismo e preparou no exterior um contra-ataque, com o apoio da Áustria,
Prússia e dos nobres emigrados. Ao tentar fugir, foi preso próximo à fronteira
da França. O exército prussiano invadiu a França, mas foi rechaçado pelo povo.
Os jacobinos haviam formado a Comuna Insurrecional de Paris, um exercito
popular comandado por Marat, Danton e Robespierre e contaram com a participação
dos sans-cullottes. O rei foi considerado traidor. Em 1792, foi proclamada a
Republica da França.
A
Convenção Nacional (1792/1795)
- Com a Republica, a Assembleia Nacional foi
convertida em Convenção Nacional.
- Os girondinos desejavam consolidar as conquistas
burguesas e frear a revolução.
- O Pântano não tinha posição politica definida.
- Os jacobinos defendiam mudanças radicais.
- No inicio, a Convenção foi dominada pelos
girondinos, que se dividiram em julgar o rei por traição ou perdoá-lo. Os
jacobinos queriam que o rei fosse executado. Luis XVI foi executado na
guilhotina em 21 de janeiro de 1793, causando um grande temor nos países
absolutistas. Para combater a revolução, os países absolutistas organizaram a
Primeira Coligação contra a França, que contava com a Inglaterra.
- Com o agravamento da crise econômica, os jacobinos
tomaram controle da Convenção, prendendo os lideres girondinos. Os jacobinos
formaram o Comitê de Salvação Publica, para combater os invasores estrangeiros
e os revoltosos. Foi aprovada uma nova Constituição: estabelecido o sufrágio
universal e a democratização. Foi aprovada a Lei do Preço Máximo, que
controlava os preços dos alimentos. Foi aprovada a venda dos bens da Igreja e
dos nobres emigrados, fim dos privilégios, a criação de um sistema de educação
pública e gratuita e reformulou o exercito francês, promovendo os oficiais pela
sua capacidade militar e não pelo nascimento.
- Muitas pessoas foram executadas pela guilhotina,
era o período do Terror. Girondinos e jacobinos foram executados até que houve
um racha entre as lideranças jacobinas: Danton queria o fim do Terror, Marat
queria a continuidade. Robespierre ordenou executar os dois. Mais tarde,
Robespierre foi julgado e executado. Os jacobinos, enfraquecidos, sofreram um
golpe do Pântano, que assumiu o comando revolucionário.
O
Diretório (1795/1799)
- Abolição da Constituição de 1793 e a promulgação
de uma nova, privilegiando a alta burguesia.
- Abolição da Lei dos Preços e o voto voltou a ser
censitário.
- Governo controlado por um diretório, formado por
cinco burgueses, escolhidos pelo Legislativo.
- Esse período foi extremamente conturbado, pois a
França expandia seu território, ao mesmo tempo que lutava contra as coligações
absolutistas e contra grupos radicais dentro do território. Soma-se as
dificuldades econômicas.
- Era necessário um governo forte. A solução para o
diretório foi a formação de um novo governo através do Golpe do 18 Brumário.
Postarei as excelentes vídeo aulas do Prof. Bussunda (Mundo Edu)
Período Napoleônico