OS
NOVOS REINOS DO OCIDENTE
Desde o começo do século II, as fronteiras do
Império Romano começaram a ser pressionadas pelos povos germânicos. A pressão
se intensificou, entretanto, a partir do século IV, quando a crise econômica
deixou o Império enfraquecido e sem condições para proteger suas fronteiras.
Uma das soluções encontradas foi consolidar a
aliança com os invasores: em troca do consentimento para se fixarem em
território romano, eles deveriam proteger as fronteiras contra o ataque de novos
inimigos, o que nem sempre era possível. Aos poucos, se formaram novos reinos
nas áreas ocupadas. Cada qual reunia em sua base social, política e econômica,
hábitos dos povos invasores e dos romanos. O mapa político da Europa começava a
ser redesenhado.
Entre os novos reinos formados em território romano,
merecem destaque os dos:
· *Vândalos, no norte da África;
·
* Ostrogodos, na península Itálica;
· *
Visigodos, na península Ibérica;
· *Anglo-saxões, na Britânia (atual
Inglaterra);
· *
Francos, na Europa centro-ocidental
(atual França).
A seguir, examinaremos a formação de alguns desses
reinos.
Vândalos
(429-534)
Em 429, depois de se fixarem no norte da África, os
vândalos tomaram Cartago. Reconhecidos como aliados pelos romanos, puderam
então organizar seu reino. Genserico, rei dos vândalos, formou então um Estado
poderoso. Ocupou a Córsega, a Sardenha e parte da Sicília. Em 455, saqueou
Roma.
Divergências políticas e religiosas levariam o Reino
dos Vândalos à decadência. Envolvidos em diversos conflitos, acabaram conquistados
pelo general Belisário, entre 534 e535. O domínio bizantino durou pouco. Logo
em seguida os muçulmanos tomariam a região.
Ostrogodos
(493-553)
Em 493, os ostrogodos se estabeleceram na península
Itálica. A ocupação teve o apoio do imperador bizantino, que desejava expulsar
da região os hérulos, povo responsável pela deposição de Rômulo Augústulo,
último imperador romano no Ocidente.
Sob o comando de Teodorico, os ostrogodos procuraram
formar um reino duradouro, com sede na cidade de Ravena. Para isso, mantiveram
a estrutura administrativa dos romanos e estimularam a agricultura e o
comércio.
Um dos maiores problemas do reino foi a oposição
religiosa entre ostrogodos (arianos) e romanos (cristãos). Teodorico tentou
conciliar os dois povos, mas proibiu o casamento entre eles.
Procurando controlar toda a península Itálica,
Teodorico formou uma confederação germânica contra o Império Bizantino. A
tentativa, entretanto, fracassou e a península foi retomada pelos bizantinos,
com a ajuda dos lombardos. Em 553, sem conseguir resistir, o Reino dos
Ostrogodos chegou ao fim.
Visigodos
(419-711)
Em 419, os visigodos formaram seu reino no sul da
Gália e na península Ibérica. Aliados do Império Romano, eles não pagavam
impostos, mas tinham a obrigação de proteger a região. Ao enfrentar diversos
conflitos, seus domínios acabaram reduzidos: foram, primeiro, derrotados pelos
francos e expulsos da Gália; na península Ibérica, parte do território acabou
ocupado pelos suevos e pelos bizantinos.
Com a conversão do rei Recaredo I ao catolicismo, a
Igreja começou a exercer grande influência no modo de vida dos visigodos, que
passaram a adotar uma política de integração com as populações locais.
Em 711, os árabes ocuparam quase toda a península
Ibérica e os visigodos tiveram que se refugiar nas regiões montanhosas das
Astúrias. Séculos mais tarde, partiriam daí para reconquistar o antigo
território. A península Ibérica, com o desmembramento do Islão, a partir de
756, tornou-se califado independente, com sede em Córdoba.
Anglo-saxões
(450-1035)
A conquista da Britânia (Bretanha) pelos romanos,
iniciada na época de Júlio César, só se completou no século I depois de Cristo.
O imperador Adriano construiu uma muralha para defender as terras romanizadas –
e ocupadas pelos bretões (celtas
romanizados) – contra os ataques dos pictos e dos escotos, povos celtas que
viviam no norte da Britânia.
Com a invasão da Europa ocidental pelos visigodos,
as tropas romanas se retiraram e os bretões se aliaram aos anglos, saxões e jutos (povos germânicos habitantes da
Jutlândia). Dessa união, surgiram sete reinos, a heptarquia
juto-anglo-saxônica.
Em 866, os vikings, povos de origem escandinava,
tomaram Londres. Com a expansão da conquista, constituíram o Danelag, área onde predominava a lei dos
danos, ou dinamarqueses. Apenas em
1013, o domínio viking na Britânia seria completado. Canuto, o Grande
(1016-1035), transformaria a região em base do império marítimo viking.
Converteu-se ao cristianismo e dividiu o reino entre os companheiros; mas não
tomou as saxões o que lhes pertencia. Pôs fim ainda à centralização
governamental, criando os ducados, confiados tanto a danos quanto a saxões.
Texto retirado de: José Jobson de A. Arruda e Nelson Piletti.
Toda a História – História Geral e História do Brasil. Ed.
Ática. Págs. 99 e 100
EXERCÍCIOS
1- Quais fatores contribuíram para o enfraquecimento do Reino dos Vândalos?
2- Qual foi o principal problema enfrentado pelo Reino dos Ostrogodos?
3- Cite as principais medidas tomadas por Teodorico em seu governo.
4- O que foi a heptarquia juto-anglo-saxônica?
5-
O Reino dos Visigodos se converteu ao cristianismo e adotou
características dessa religião. A Igreja Católica conseguiu impor seu
poder na região? O que aconteceu?
Entregar dia 14/03/2014 no papel A4 ou almaço