PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918)
“Quantas vezes desde há dois anos não ouvimos repetir: ‘Antes a guerra
que esta perpétua espera!’ Neste voto, não há qualquer amargura, mas uma
secreta esperança.
A guerra! De repente a palavra ganhou prestígio. É uma palavra jovem,
toda nova, embonecada dessa sedução que faz reviver o coração dos homens. Os
jovens dão-lhe toda a beleza de que estão plenos e de que a vida cotidiana os
priva. A guerra é sobretudo para seus olhos a ocasião das mais belas virtudes
humanas. Lede esta passagem de uma carta que nos escrevia uma jovem estudante
de retórica de origem alsaciana.
‘A existência que aqui temos não nos satisfaz completamente, porque
embora possuamos todos os elementos de uma bela vida, não podemos organizá-los
numa ação prática, imediata, que nos dominaria o corpo e a alma e nos lançaria
fora de nós mesmos. Esta ação, há um único acontecimento que a pode permitir: a
guerra. É por isso que a desejamos’.”
(BONNARD, ABEL. Jornal Le Figaro, 1912. In: JAURÉS, Jean. As causas da
Primeira Guerra Mundial. Lisboa, Estampa, 1974. P. 63-4)
O texto acima fazia parte de uma
pesquisa sob o título “Os jovens de hoje” e tinha por finalidade mostrar aos
franceses que os jovens desejavam a guerra. O jornal Le Figaro orientava seu inquérito criando um clima favorável ao
conflito que se aproximava.
Em 1914, a população mundial era de
aproximadamente 1 bilhão e 800 milhões de habitantes. Cerca de um quarto desse
número vivia na Europa e mais da metade na Ásia. Assim, o centro de gravidade
mundial estava na Eurásia, palco do que seria a Primeira Guerra Mundial.
(MELLO, Leonel I. A. e COSTA, Luis C. A. História Moderna e
Contemporânea, Ed. Scipione, 1993. P. 211)
Relato
de um soldado
“O
campo de batalha é terrível. Há um cheiro azedo, pesado e penetrante de
cadáveres. Homens que foram mortos no último outubro estão meio afundados no
pântano e nos campos de nabo em crescimento. As pernas de um soldado inglês,
ainda envoltas em polainas, irrompem de uma trincheira, o corpo está empilhado
com outros; um soldado apoia seu rifle sobre eles. Um pequeno veio de água
corre através da trincheira, e todo mundo usa a água para beber e se lavar; é a
única água disponível. Ninguém se importa com o inglês pálido que apodrece
alguns passos adiante. No cemitério de Langermark, os restos de uma matança
foram empilhados e os mortos ficaram acima do nível do chão. As bombas alemãs,
caindo sobre o cemitério, provocaram uma horrível ressurreição. Num determinado
momento, eu vi 22 cavalos mortos, ainda com os arreios. Gado e porcos jaziam em
cima, meio apodrecidos. Avenidas rasgadas no solo, inúmeras crateras nas
estradas e nos campos.
(Extraído de: Rudolf Binding. Um fatalista na guerra. Em: Adhemar M.
Marques, Flávio Berutti e Ricardo Faria. História contemporânea através de
textos. 3 ed. São Paulo, Contexto, 1994. P. 119)
Além de
provocar incalculável destruição material, a Primeira Guerra Mundial deixou um
saldo de 9 milhões de mortos na Europa.
(FIGUEIRA, Divalte Garcia. História: Volume Único. São Paulo: Ática,
2005)
Trecho do filme "A Batalha de Passchendaele". Assistam!
Compare os 2 textos, as
explicações em sala de aula e responda as questões:
1-
Explique como se caracterizava a opinião pública europeia durante a Paz Armada,
e quais foram os mecanismos utilizados pelos governos das potências europeias
para divulgar tais ideias.
2-
Relacione os movimentos nacionalistas europeus com o crescimento da indústria
bélica no período da Paz Armada.
3- Analisando
o segundo texto, por que podemos dizer que durante a Primeira Guerra Mundial “a
Europa foi da euforia à agonia”? Justifique sua resposta.
4- Como
era o cotidiano das trincheiras durante a Primeira Guerra Mundial?
Entregar dia 03/04 quinta-feira
sem falta. Individual
Para descontrair, a aula do Prof. Carlão sobre a participação do Brasil na PGM
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