terça-feira, 1 de abril de 2014

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - 3º ANO ENSINO MÉDIO - JOAQUIM ADOLFO



PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918)

      “Quantas vezes desde há dois anos não ouvimos repetir: ‘Antes a guerra que esta perpétua espera!’ Neste voto, não há qualquer amargura, mas uma secreta esperança.
       A guerra! De repente a palavra ganhou prestígio. É uma palavra jovem, toda nova, embonecada dessa sedução que faz reviver o coração dos homens. Os jovens dão-lhe toda a beleza de que estão plenos e de que a vida cotidiana os priva. A guerra é sobretudo para seus olhos a ocasião das mais belas virtudes humanas. Lede esta passagem de uma carta que nos escrevia uma jovem estudante de retórica de origem alsaciana.
       ‘A existência que aqui temos não nos satisfaz completamente, porque embora possuamos todos os elementos de uma bela vida, não podemos organizá-los numa ação prática, imediata, que nos dominaria o corpo e a alma e nos lançaria fora de nós mesmos. Esta ação, há um único acontecimento que a pode permitir: a guerra. É por isso que a desejamos’.”

(BONNARD, ABEL. Jornal Le Figaro, 1912. In: JAURÉS, Jean. As causas da Primeira Guerra Mundial. Lisboa, Estampa, 1974. P. 63-4)

         O texto acima fazia parte de uma pesquisa sob o título “Os jovens de hoje” e tinha por finalidade mostrar aos franceses que os jovens desejavam a guerra. O jornal Le Figaro orientava seu inquérito criando um clima favorável ao conflito que se aproximava.
          Em 1914, a população mundial era de aproximadamente 1 bilhão e 800 milhões de habitantes. Cerca de um quarto desse número vivia na Europa e mais da metade na Ásia. Assim, o centro de gravidade mundial estava na Eurásia, palco do que seria a Primeira Guerra Mundial.

(MELLO, Leonel I. A. e COSTA, Luis C. A. História Moderna e Contemporânea, Ed. Scipione, 1993. P. 211)

Relato de um soldado





         “O campo de batalha é terrível. Há um cheiro azedo, pesado e penetrante de cadáveres. Homens que foram mortos no último outubro estão meio afundados no pântano e nos campos de nabo em crescimento. As pernas de um soldado inglês, ainda envoltas em polainas, irrompem de uma trincheira, o corpo está empilhado com outros; um soldado apoia seu rifle sobre eles. Um pequeno veio de água corre através da trincheira, e todo mundo usa a água para beber e se lavar; é a única água disponível. Ninguém se importa com o inglês pálido que apodrece alguns passos adiante. No cemitério de Langermark, os restos de uma matança foram empilhados e os mortos ficaram acima do nível do chão. As bombas alemãs, caindo sobre o cemitério, provocaram uma horrível ressurreição. Num determinado momento, eu vi 22 cavalos mortos, ainda com os arreios. Gado e porcos jaziam em cima, meio apodrecidos. Avenidas rasgadas no solo, inúmeras crateras nas estradas e nos campos.

(Extraído de: Rudolf Binding. Um fatalista na guerra. Em: Adhemar M. Marques, Flávio Berutti e Ricardo Faria. História contemporânea através de textos. 3 ed. São Paulo, Contexto, 1994. P. 119) 

Além de provocar incalculável destruição material, a Primeira Guerra Mundial deixou um saldo de 9 milhões de mortos na Europa. 

(FIGUEIRA, Divalte Garcia. História: Volume Único. São Paulo: Ática, 2005)


Trecho do filme "A Batalha de Passchendaele". Assistam!



Compare os 2 textos, as explicações em sala de aula e responda as questões:

1- Explique como se caracterizava a opinião pública europeia durante a Paz Armada, e quais foram os mecanismos utilizados pelos governos das potências europeias para divulgar tais ideias.
2- Relacione os movimentos nacionalistas europeus com o crescimento da indústria bélica no período da Paz Armada.
3- Analisando o segundo texto, por que podemos dizer que durante a Primeira Guerra Mundial “a Europa foi da euforia à agonia”? Justifique sua resposta.
4- Como era o cotidiano das trincheiras durante a Primeira Guerra Mundial?

Entregar dia 03/04 quinta-feira sem falta. Individual

Para descontrair, a aula do Prof. Carlão sobre a participação do Brasil na PGM

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