domingo, 25 de maio de 2014

FEIRA CULTURAL - ZENAIDE - ENSINO MÉDIO - BÓSNIA E HERZEGOVINA

Olá alunos!

Postarei algumas informações sobre a Guerra da Bósnia.

Pensei a respeito do tema e pensei em alguns recortes sobre o tema:
1- Explicar os conflitos étnicos e territoriais.
2- Explicar o contexto da declaração de independência da Bósnia.
3- A limpeza étnica e os estupros coletivos
4- O Massacre de Srebrenica

Deixarei alguns textos para o grupo ler:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_da_Bósnia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Srebrenica


Selecionei um trecho do estudo Campos de estupro: as mulheres e a guerra na Bósnia*
 (Rape camps: women and war in Bosnia) de Andréa Carolina Schvartz Peres (Doutora em Antropologia Social (PPGAS/IFCH/Unicamp).

A associação "Mulheres – Vítimas da Guerra", presidida por Bakira Hasečić, também vítima de estupro, assim descreve os acontecimentos da guerra52:
Durante a agressão ao país Bósnia-Herzegóvina de 92 a 95, entre os seus mais ameaçados habitantes estavam as mulheres, que vivenciaram enormes danos materiais e psicológicos. Acometeram-nos crimes de violência sexual, abusos físicos indizíveis para um ser humano normal.
Fomos mortas, jogadas em buracos e valas comuns. Fomos estupradas em massa, raptadas, trancadas em prisões e campos, torturadas (...), levadas a fazer trabalhos forçados, expulsas à força de nossas vilas e cidades, pilharam nossos imóveis e bens de valor e inúmeras outras formas brutais de humilhação, e não raramente, meninas entre 12 e 14 anos eram retiradas à força de suas famílias e levadas a locais específicos, onde eram submetidas a terríveis torturas, estupradas e submetidas a outras formas de abusos, incluindo punições físicas e morte.
Agradando ou não, nós precisamos dizer que mulheres bosniaquinhas foram estupradas em massa e sistematicamente. Tal crime é a ideologia daqueles cujo objetivo era realizar a pior forma de genocídio – estupro.
Em suma, a limpeza étnica dos habitantes bosniacs (...) desenrolou-se de acordo com um cenário planejado de antemão. Em segundo lugar, aqueles que planejaram a agressão à BiH53 sabiam bem que a partir de estupros brutais em massa e do abuso das bosniaquinhas atingiriam o cume da pirâmide étnica da nação bosniac, e deste modo, com o objetivo da limpeza étnica, impeliriam as pessoas ao êxodo, especialmente daqueles lugares onde formavam a maioria da população, como foi o caso no leste da Bósnia. É difícil dizer aqui o número exato de mulheres estupradas e vítimas de abuso durante a agressão à BiH. Não é pequeno o número de mulheres estupradas que preferiram o silêncio, tamanha é a dor, e não desejam dividir sua terrível humilhação com ninguém.
Muitas foram levadas para a Sérvia e Montenegro onde foram abusadas e estupradas, tiveram filhos que então deixaram. Algumas ficaram com as crianças, algumas as deram para a adoção, centenas de mulheres interromperam a gravidez (não desejando dar a luz a uma criança fruto de um estupro). Muitas meninas e moças não desejam nunca casar. Muitas, devido ao estupro, foram largadas pelos maridos, e sobre muitas nem os maridos, nem os membros da família sabem o que lhes aconteceu.
Os estrategistas e planejadores da agressão conheciam muito bem as vítimas. Sabiam tudo sobre seus valores morais e culturais, sua adscrição religiosa, o ambiente psicossocial em que viviam. Sabiam precisamente qual a reação que o estupro provocaria na vítima e no seu meio imediato – família, parentes e vizinhos.
Os riscos são, claro, reais, mas passageiros. A verdade é eterna e deve vencer o medo que está na lembrança da vítima. Das muitas ameaças declaradas que sofreram, ecoa aquela que diz: "Se disser a alguém o que aconteceu com você, será morta". A ameaça mantém a vítima em constante medo de contar a verdade. A luta pela verdade vence em muitos casos, mas sabemos que seguramente há ainda muitas histórias não contadas...
Por isso, nós rompemos o silêncio, falamos claramente sobre os estupros e abusos que aconteceram durante a agressão contra à BiH."
Apesar do relato fortemente marcado pelo modo tido como "genocidal" de ver o que aconteceu, a associação "Mulheres – Vítimas da Guerra" busca "fazer justiça" às vítimas. Assume-se enquanto "associação multiétnica, multi-nacional e apartidária" e visa reunir depoimentos para que "não se esqueça o que aconteceu", além de trabalhar no intuito de reivindicar recursos sob a forma de pensão para essas mulheres, que precisam de cuidados médicos e psicológicos. A associação diz ainda colaborar com o TPI (Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia) e com o Tribunal da Bósnia-Herzegóvina, também encarregado de julgar criminosos de guerra, no sentido de reunir informações e provas contra esses criminosos; além de trabalhar para ajudar mulheres que não podem retornar às vilas e cidades de onde foram expulsas.54 

http://rumoaoleste.blogspot.com.br/2011/12/os-campos-de-estupro-na-guerra-da.html


Tem vários vídeos no Youtube, porém 90% deles não são em português.

















Nenhum comentário:

Postar um comentário