sexta-feira, 17 de abril de 2020

UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA - RESUMO


UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA

Após as guerras napoleônicas (1799-1815), por determinação do Congresso de Viena, a Península Itálica constituía 8 pequenos Estados:

·         Reino das Duas Sicílias (Sul – Muito ligado à Dinastia Bourbon da França)
·         Reino do Piemonte-Sardenha (Norte – Monarquia Constitucional: Vitor Emanuel II)
·         Reino da Veneza-Lombardia (Parcialmente ocupado pela Áustria)
·         Ducados de Toscana, Parma e Módena
·         Estados Pontifícios (Igreja Católica Apostólica Romana com apoio da França)

A primeira metade do século XIX é marcada pela onda revolucionária resultante da Revolução Francesa e do Império Napoleônico. Após a derrota de Napoleão em 1815, o conservadorismo impõe um processo de restauração monárquica, demonstrando a força do Congresso de Viena e da Santa Aliança, porém já na década de 1820 a Inglaterra apoia movimentos de independência na América Latina.

·         Barreiras territoriais: diversidade monetária e legislativa
·         Impossibilidade de unificação pela via constitucional e parlamentar
·         Houve outras tentativas de unificação
- 1810 – contexto das guerras napoleônicas
- 1820 a 1821 – Liberalismo político
- 1828 a 1831 – Nacionalismo: Autodeterminação dos povos – Estados Nacionais
·         Barreiras: forças conservadoras absolutistas do Congresso de Viena e Santa Aliança
·         Primavera dos Povos em 1848: movimentos liberais em toda Europa
- Força: burguesia e proletariado (3º estado)
- A partir de 1848 – autonomia e socialismo
- Temor da burguesia gera aproximação com setores conservadores e monarquistas

Itália: “expressão geográfica”
·         Risorgimento: movimento liberal e nacionalista

1. Piemonte: modernização e surto industrial sobre governo do primeiro-ministro Cavour (união aduaneira)
·         1858: Aliança franco-piemontesa X austríacos
·         Ameaça de intervenção prussiana retira apoio francês

·         Tratado de Zurique

·         Lombardia >>>>>>> Piemonte
·         Veneza >>>>>>>>> Áustria
·         Nice e Savóia >>>> França

2. Garibaldi: insurreições populares (república democrática)

·         1860: Toscana, Parma, Módena e Romanha (Estados Pontifícios)
·         Piemonte incorporou e fundou o Reino da Alta Itália
·         Garibaldi anexou o Reino das Duas Sicílias
·         Piemonte anexou os Estados Pontifícios e fundou o Reino da Itália
Roma (tropas francesas) e Veneza (Áustria)

3. Pacto militar ítalo-prussiano: 1866

·         Veneza >>>>>>>>>> Itália
·         Províncias de Tirol, Trentino e Ístria (pop. Italiana) >>>>> Áustria -  Irredentismo: províncias italianas (Primeira Guerra Mundial 1914-1918)
·         Roma se torna a capital da Itália – Questão Romana – Tratado de Latrão (1929): indenização para a Igreja Católica Apostólica Romana e Vaticano como Estado
·         Sul: agrário e não desenvolvido, latifundiário e aristocrático
·         Norte: desenvolvimento industrial
·         Expansão industrial provoca desemprego, expropriações e imigração

UNIFICAÇÃO DA ALEMANHA - RESUMO


UNIFICAÇÃO DA ALEMANHA

Após as guerras napoleônicas (1799-1815), por determinação do Congresso de Viena, a região da atual Alemanha constituía 39 Estados.

A primeira metade do século XIX é marcada pela onda revolucionária resultante da Revolução Francesa e do Império Napoleônico. Após a derrota de Napoleão em 1815, o conservadorismo impõe um processo de restauração monárquica, demonstrando a força do Congresso de Viena e da Santa Aliança, porém já na década de 1820 a Inglaterra apoia movimentos de independência na América Latina.

·         Barreiras territoriais: diversidade monetária e legislativa
·         Impossibilidade de unificação pela via constitucional e parlamentar
·         Houve outras tentativas de unificação
- 1810 – contexto das guerras napoleônicas
- 1820 a 1821 – Liberalismo político
- 1828 a 1831 – Nacionalismo: Autodeterminação dos povos – Estados Nacionais

·         Barreiras: forças conservadoras absolutistas do Congresso de Viena e Santa Aliança
·         Primavera dos Povos em 1848: movimentos liberais em toda Europa
- Força: burguesia e proletariado (3º estado)
- A partir de 1848 – autonomia e socialismo
- Temor da burguesia gera aproximação com setores conservadores e monarquistas

Sacro Império Romano Germânico

·         Guilherme I > Otto von Bismarck
·         Prússia – alta burguesia liberal e junkers (aristocracia proprietária de terras)
·         Otto von Bismarck: Política externa: Realismo político
·         Congresso de Viena (1815) cedeu os ducados de Schleswig e Holstein, de população alemã para a Dinamarca
·         Bismarck incentivou a união dos junkers com a burguesia, investiu pesado na formação do exército e estreitou laços diplomáticos com a Rússia e Inglaterra.
·         As reservas de carvão e ferro, o crescimento populacional e o vigor intelectual das universidades
·         A anexação em 1863: pretexto

Zollverein: união aduaneira (eliminava taxas alfandegárias) barateou e facilitou a circulação de matérias-primas e produtos industrializados, ampliou o mercado interno e aprofundou laços econômicos entre regiões distantes.

1. Guerra dos Ducados (1864)
·         Prússia e Áustria X Dinamarca

2. Guerra Prússia X Áustria - 7 semanas (1866)
·         Confederação Norte da Alemanha (exclusão da Áustria)
·         Faltava: Estados do Sul: Baviera e Wütemberg

3. Guerra Franco-prussiana (1870-1871)
·         Disputas acirradas pelo sul
·         1869: candidatura (trono da Espanha) do príncipe Leopoldo de Hozenzollern
·         Despacho de Ems (telegrama falso)
·         Tratado de Frankfurt (Alsácia e Lorena – ferro e carvão) e pagamento de 5 bilhões de francos
Consequências:
·         Ruptura do equilíbrio europeu
·         Revanchismo francês (1873-1878)
·         Revolução industrial alemã
·         Política de alianças: Liga dos 3 imperadores (1882 – Tríplice Aliança) e Tríplice Entente (1907)

CORRENTES HISTORIOGRÁFICAS


Correntes Historiográficas

A História é uma Ciência Humana que investiga a trajetória das sociedades humanas em seu tempo e espaço. Ela questiona, interroga, analisa, reconstrói, desconstrói e reorganiza o passado, através de suas características políticas, econômicas, sociais e culturais.

A História, por ser uma Ciência Humana, se submete ao método científico com toda uma estrutura de pesquisa e trabalho, através da análise da história escrita, das descrições do passado; especificamente dos enfoques na narraçãointerpretações, visões de mundo, uso das evidências ou documentos e os métodos de sua apresentação pelos historiadores; e também o estudo destes, por sua vez sujeitos e objetos da ciência.

1. Positivismo (século XIX)

No século XIX, historiadores como Leopold von Ranke, consideravam que a história deveria tratar apenas de temas políticos, militares e feitos de grandes heróis. Utilizando somente fontes escritas e desvalorizando todas as outras fontes históricas, esses historiadores se ocupavam em descrever a vida dos reis e sua corte, as batalhas, guerras e acordos de paz. Somente fontes escritas dos governos, vistas como oficiais eram utilizadas. Dessa forma, excluíram da História os povos ágrafos (que não utilizam escrita), os homens comuns e sua vida cotidiana, os trabalhadores, as mulheres, as crianças, etc.

Em busca de uma história verdadeira e única, esses historiadores se influenciaram pelo Positivismo. O positivismo defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. De acordo com os positivistas somente pode-se afirmar que uma teoria é correta se ela for comprovada através de métodos científicos válidos. Os positivistas não consideram os conhecimentos ligados as crenças, superstição ou qualquer outro que não possa ser comprovado cientificamente. Para eles, o progresso da humanidade depende exclusivamente dos avanços científicos.

2. Materialismo Histórico - Marxismo (séculos XIX e XX)

O Marxismo tendo o materialismo histórico como sua principal ferramenta para olhar o passado, tomou a questão dos problemas de ordem política e econômica como peças fundamentais para que as experiências históricas fossem interpretadas. Desse modo, a cultura apresenta-se numa relação de subordinação ao eixo político e econômico.

A historiografia marxista ressalta a importância das massas nos feitos históricos e percebe as massas populares como integrantes ativos na construção da história através da luta contra a dominação ou alienação das classes oprimidas pelo sistema capitalista.

A partir disso, a história não é dada, mas sim construída socialmente pelos indivíduos que nela se inserem. Historiadores como Eric Hobsbawm, Perry Anderson e Edward Thompson, fazem suas próprias interpretações do pensamento marxista. Na atualidade essa linha de pesquisa é denominada História Econômica Social.

3. Escola dos Annales – Estudo das Mentalidades Humanas (a partir de 1929)

A Escola dos Annales é uma corrente historiográfica surgida na França em 1929 em torno da revista Annales d`histoire économique et sociale, criada por Marc Bloch e Lucien Febvre. Num primeiro momento, combatiam a historiografia positivista e a marxista e uma história preocupada somente com os fatos singulares, sobretudo com os de natureza política, diplomática e militar. Não reconheciam a determinância do econômico na totalidade social, ao contrário do proposto pela concepção marxista da história.

Também combatiam uma história que se negava ao diálogo com as demais ciências humanas, portanto, essa corrente historiográfica foi responsável pelo diálogo com outras ciências como Sociologia, Arqueologia, Antropologia, Economia, Geografia, Psicologia, etc.
Marc Bloch e Lucien Febvre passam a fazer diferentes abordagens em seus trabalhos que combinavam Geografia, História e abordagens sociológicas, mantendo com essa postura maior diálogo com outras ciências sociais.

Lucien Febvre seguiu com a corrente dos Annales nas décadas de 40 e 50 e nessa época orientou Fernand Braudel que se tornaria um dos historiadores mais conhecidos da chamada “segunda geração” dessa escola.

Fernand Braudel propõe que o olhar do historiador se desvie para a chamada “história de longa duração”. Será um conceito caríssimo à concepção de mentalidades, concebidas como estruturas de crenças e comportamentos que mudam muito lentamente, tendendo por vezes à inércia e à estagnação.

Mas a “era Braudel” foi em tudo avessa ao estudo do mental, concebendo sempre a longa duração como um domínio temporal basicamente ligado às relações entre o homem, a geografia e as condições de vida material.

A chamada “terceira geração”, ou História Nova idealizada por Jacques Le Goff propõe uma ênfase na micro-história que se baseia numa proposta metodológica em que o recorte temático se faz com um assunto bastante específico. Um grande expoente dessa corrente historiográfica é Carlo Ginzburg que escreveu “O queijo e os vermes” que relata o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição. Publicado em 1976, retrata o cotidiano de um moleiro torturado e acusado pela Inquisição de heresia, conhecido como Menocchio.

Nessa narrativa, Ginzburg demonstrou como a Inquisição confrontava-se com um homem simples, mas que através de suas leituras e da cultura oral construiu reflexões próprias sobre sua sociedade, inclusive sobre a estrutura da Igreja.

Portanto, essa obra analisa um tema mais amplo, a Inquisição, a partir de um caso específico. O autor parte da vida cotidiana na área rural da Itália do século XVI até chegar aos pensamentos da personagem principal. A contribuição histórica estaria no fato de que o autor com suas pesquisas e trabalho de catalogação e análise de documentos teria nos dado a conhecer o contexto social, político e econômico da época através de um caso singular. Ou seja, resgatou a articulação entre as partes e o todo. 

Além da micro-história, a terceira geração promoveu uma aproximação com a Antropologia Cultural, incorporando algumas de suas abordagens, conceitos e técnicas, o que provocou um movimento para a micro-história, como já vimos, mas também para a história do cotidiano, a história vista de baixo (história das pessoas comuns, das massas populares) e a história regional dando início à História Cultural ou Nova História.

Há um deslocamento da história das sociedades para a história dos pequenos grupos, uma história dos diferentes, dos marginalizados, dos fracos e dos vencidos. Na História Cultural irão conviver autores que enfatizam a ligação da cultura com os aspectos socioeconômicos da realidade - a chamada História Sociocultural - e autores que consideram que as ideias determinam a história. Sua vertente hegemônica tem por norte a ideia de que as estruturas culturais, mentalidades, representações, imaginário, determinam a sociedade.

O foco de seus estudos serão as permanências (perspectiva de longa duração) e o resgate dos fenômenos que persistem nas sociedades. Por isso mesmo, predominam obras voltadas para o passado distante, especialmente medieval, onde vão buscar a origem de muitas manifestações folclóricas.

Ocorre também o surgimento da história serial, ou “em migalhas”, no lugar da história do real, busca-se a história de tal ou qual fragmento do real. Explodem temas como a história da infância, do sonho, do corpo, do odor, da morte, do amor, da sexualidade, entre outros.