terça-feira, 11 de novembro de 2014

POLÍTICA DO ENCILHAMENTO E REVOLTAS ARMADAS DA REPÚBLICA VELHA - ENSINO MÉDIO - RESUMO



ENCILHAMENTO - Janeiro de 1890, por Rui Barbosa, ministro da Fazenda.

Objetivo: estimular o crescimento econômico, principalmente a expansão da indústria. Com a emissão de moedas por bancos instalados na Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, que serviriam para implantar novas indústrias e pagar os salários dos operários. Resultado: Crise econômica e financeira devido a três fatores:
Inflação: Os bancos emitiram muito mais dinheiro do que o necessário, circulando quantidade de moeda superior à produção real da economia.
Empresas-fantasmas: As exageradas emissões bancárias e a falta de controle governamental promoveram a criação dessas empresas, surgidas para obter o crédito facilitado dos bancos. O dinheiro emitido não se convertia em produção.
Especulação financeira: Muitas pessoas, em busca do lucro fácil, compravam ações esperando sua rápida valorização para posteriormente vende-las. Muitas empresas só existiam no papel.
Os cafeicultores teciam críticas a essa reforma econômica, pois consideravam que o café deveria ser mais importante do que a indústria. Pressionado, Rui Barbosa pediu demissão em janeiro de 1891.

REVOLTAS MILITARES NA REPÚBLICA DA ESPADA 

O mal. Deodoro da Fonseca, apoiado pelos militares venceu com uma pequena diferença o candidato Prudente de Moraes. Deodoro enfrentou a oposição dos cafeicultores paulistas e de membros do exército. Sem apoio político, fechou o Congresso, prendendo alguns líderes, em grave desrespeito à Constituição.
Contra seu autoritarismo, enfrentou greves e a Primeira Revolta da Armada. Renunciou ao cargo em 23 de janeiro, seu vice, Floriano Peixoto assumiu a presidência.
Floriano Peixoto estimulou a industrialização com a importação de equipamentos industriais e a concessão de financiamento a empresários da indústria. A reação dos cafeicultores foi violenta. O governo proibiu os bancos de emitir moeda, controlando a circulação monetária e para conquistar a simpatia das classes mais baixas, Floriano adotou medidas de caráter popular: baixou o preço da carne e dos aluguéis residenciais e aprovou uma lei que previa a construção de casas populares.
Tinha um perfil autoritário e enfrentou forte oposição. Treze generais enviaram carta-manifesto exigindo a convocação de eleições presidenciáveis, sendo punidos. Essa reação autoritária motivou a Segunda Revolta Armada: 15 navios da Marinha, ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro caso o presidente não convocasse novas eleições. Com o apoio do Partido Republicano Paulista e com as tropas do Exército, Floriano conseguiu dominar os revoltosos e se impor politicamente.
Em 1893, eclodiu no Rio Grande do Sul, a Revolução Federalista, envolvendo dois grupos políticos:
Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) – que defendia a república e o presidencialismo. Apelidados de pica-paus, eram positivistas e tinham o apoio de Floriano Peixoto.
Partido Federalista – que apoiava a república mas defendia o parlamentarismo. Pretendia revogar a Constituição gaúcha, que naquela época permitia a reeleição indefinida do presidente do estado (atual governador). Os federalistas, apelidados de maragatos, contavam com muitos partidários, entre eles os tradicionais estancieiros gaúchos.
Os federalistas acabaram unindo-se aos rebeldes da Armada, no Rio de Janeiro, e ameaçaram atacar o estado de São Paulo, cuja elite política representava os cafeicultores e prestigiava o governo central.
O governo federal enviou tropas ao sul para combater os revoltosos. Em mais de dois anos de conflito, a Revolução Federalista causou a morte de aproximadamente 10 mil pessoas. Terminou somente em agosto de 1895, com a vitória dos pica-paus, durante o governo de Prudente de Morais, presidente eleito em 1º de março de 1894.
Vale lembrar, que ainda houve outras revoltas nos primeiros anos da República: A Revolta da Chibata (1910), A Revolta da Vacina (1904), o Tenentismo (Revolta do Forte de Copacabana, Revoltas de 1924 e Coluna Prestes), revoltas messiânicas (Canudos 1893-1897 e Contestado 1912-1916) e a Greve Geral de 1917 e o Cangaço.

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