quinta-feira, 10 de maio de 2012

FEUDALISMO - REVISÃO - 7º ANO CNE E 6ª A e B MANOEL TABACOW

UMA REVISÃO BÁSICA SOBRE FEUDALISMO!

Origem do Feudalismo

      Após a Queda do Império Romano do Ocidente (476), que selou o fim da Antiguidade e início da Idade Média, a Europa foi dominada pelos germanos que dividiam-se em vários povos, com grandes diferenças culturais entre si. Após a fragmentação do Império Carolíngio, a Europa passou um longo período sem sofrer invasões externas, porém, o território europeu começou a sofrer invasões dos húngaros (magiares), vikings (escandinavos) e dos mulçumanos.
      Com a insegurança provocada pelas invasões, os europeus ocidentais procuraram se proteger, buscando refúgio no campo. Houve então, um enfraquecimento do poder central dos antigos reinos germânicos, ao mesmo tempo que o poder local se fortalecia. O comércio foi dificultado pela insegurança reinante e pelo bloqueio das estradas e do mar Mediterrâneo.
      Essas condições possibilitaram transformações no modo de vida das sociedades européias, que caracterizavam o Feudalismo.

 Feudalismo: Relações sociais, econômicas e políticas

       A insegurança provocada pelas invasões dos séculos IX e X levou os europeus ocidentais a buscar proteção. Houve grande migração das cidades para o campo, caracterizando um processo de ruralização. Em muitas regiões, construíram-se vilas fortificadas e castelos cercados por muralhas. Pessoas com menos recursos, que não tinham como se proteger por si, procuraram a ajuda de nobres e guerreiros; os camponeses que pediam a proteção dos senhores de terra foram submetidos à servidão.

      Segundo o historiador Jacques Le Goff, feudalismo é um sistema de organização econômica, social e política baseado nos vínculos de homem a homem, no qual uma classe de guerreiros especializados – os senhores -, subordinados uns aos outros por uma hierarquia de vínculos de dependência, domina uma massa campesina que explora a terra e lhes fornece com que viver.( Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente Medieval.Lisboa, Estampa,1984.v. II. P. 29)

Relações sociais

       A sociedade feudal se dividia em três ordens principais:
- Nobres: ordem dos detentores de terra, que se dedicavam basicamente às atividades militares.
- Clero: ordem dos membros da Igreja Católica, destacando-se os dirigentes superiores, como bispos, abades e cardeais. Administravam suas propriedades e tinham grande influência política e ideológica sobre toda a sociedade.
- Servos: compreendendo a maioria da população camponesa, os servos realizavam os trabalhos necessários à subsistência da sociedade. A condição de servo implicava uma série de restrições à liberdade. Ele podia ser vendido, trocado ou dado pelo senhor, não podia testemunhar contra homem livre, não podia se tornar clérigo, devia diversos encargos. Porém, ao contrário do escravo clássico, tinha reconhecida sua condição humana para ter bens e recebia proteção do senhor. (Hilário Franco Jr. A Idade Média: o nascimento do Ocidente. São Paulo, Brasiliense,1999. p. 122)
       Essa organização social, rígida e praticamente sem mobilidade entre as ordens era defendida pela elite do clero e da nobreza como forma de manter seus interesses.

Relações políticas

       Durante o predomínio do feudalismo, os governos centralizados da Europa Ocidental enfraqueceram-se. O poder político passou a ser dividido com os senhores feudais, detentores de grandes extensões de terras que governavam seus domínios exercendo autoridade administrativa, judicial e militar.
       Os vários núcleos de poder político- principados, ducados, condados, etc. – estavam ligados por laços estabelecidos entre membros da nobre a partir da concessão de feudos. Feudopalavra derivada do germânico fehu (gado), significando um “bem oferecido em troca de algo”, benefício. Os feudos podiam ser uma extensão de terras, um castelo, uma quantia em dinheiro ou outros direitos.
       De modo geral, intitulava-se senhor ou suserano o nobre que concedia feudos a outro nobre, denominado vassalo; este, em troca, devia fidelidade e prestação de serviços (principalmente militares) ao senhor.
      Suseranos e vassalos tinham direitos e deveres a cumprir estabelecidos entre si.
- Suserano: devia proteger militarmente seus vassalos e dar-lhes assistência jurídica. Tinha direito de reaver o feudo do vassalo que morresse sem deixar herdeiros, de proibir o casamento do vassalo com pessoa que fosse infiel etc.
- Vassalo: devia prestar serviço militar ao suserano, libertá-lo, caso fosse aprisionado por inimigos, comparecer ao tribunal presidido pelo suserano toda vez que fosse convocado etc. Recebia proteção militar do suserano.

Relações econômicas

     Na sociedade feudal predominou a produção de bens agrícolas e pastoris, que tinha como principal unidade produtora o senhorio (extensão de terra) e como forma de trabalho, a servidão.
     O tamanho médio de um senhorio variava entre 200 e 250 hectares. Cada um tinha uma produção variada de cereais, carnes, leite, roupas e utensílios domésticos  - poucos produtos (como os metais utilizados na confecção de ferramentas e o sal) vinham de fora. Eram divididos em três grandes áreas:

- os campos abertos (terras comunais): bosques e pastos de uso comum, em que os servos podiam recolher madeira, coletar frutos e soltar os animais – mas não podiam caçar (um direito exclusivo do senhor);
- as reservas senhoriais: terras exclusivas do senhor feudal, cultivadas alguns dias por semanas pelos servos. Tudo o que nelas fosse produzido pertencia ao senhor;
- os mansos servis: terras utilizadas pelos servos, das quais eles retiravam seu próprio sustento e os recursos para cumprir as obrigações que deviam aos senhores.

      A forma de trabalho predominante no feudalismo foi a servidão. Os servos não eram proprietários das terras em que trabalhavam, apenas as usavam; produziam o próprio sustento e para manter as outras duas ordens.
      A relação servil impunha uma série de obrigações do servo para com o senhor feudal, pagas em forma de trabalho e de bens. Uma delas era a corvéia, pela qual o servo, embora livre, tinha de trabalhar alguns dias da semana gratuitamente nas reservas senhoriais. Esse trabalho podia ser realizado na agricultura, na criação de animais, na construção de casas e outros edifícios ou em benfeitorias.
      Os servos também pagavam a talha: eram obrigados a entregar parte da produção agrícola ou pastoril ao senhor feudal. Havia ainda a banalidade, pagamento de taxas ao senhor pela utilização de equipamentos e instalações do senhorio (celeiros, fornos, moinhos etc.)


                                                                                     Por Dennys Oliveira Stefanini
                                                                               Graduado em História

Um comentário: